bolso

O presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista à emissora de televisão americana Fox News na segunda-feira (18) que foi ao ar nesta madrugada. Na entrevista, ele afirmou que a maioria dos imigrantes não possui boas intenções e, assim, se mostrou favorável à ideia do presidente americano Donald Trump de construir um muro na fronteira com o México.

"A maioria dos imigrantes não tem boas intenções", disse Bolsonaro, que afirmou que questionaria aos que são contra a construção do muro "se eles tirariam as portas de suas próprias casas". "Nós concordamos com a proposta de Trump sobre o muro", disse.

Em fevereiro, o filho mais novo do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro, havia dito em evento em Miami que era favorável à ideia do Muro. Bolsonaro, que se encontrará com Trump nesta terça-feira na Casa Branca, endossou o discurso do americano sobre combate ao socialismo. "Não poderia concordar mais com Trump", afirmou o brasileiro, ao falar sobre combate ao socialismo.

Ao falar de Trump, Bolsonaro afirmou que ele "sempre admirou" o americano e que os dois têm muito em comum. Na conversa com o americano, ele quer falar sobre como as duas nações podem "se ajudar".

Marielle Franco
Na entrevista à Fox, uma emissora de TV considerada apoiadora de Trump e conservadora, Bolsonaro foi questionado sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Ele disse que o fato de o policial militar reformado Ronnie Lessa, preso sob suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora, possuir casa no mesmo condomínio que ele no Rio de Janeiro não significa nada. "A mídia que sempre me criticou quer estabelecer uma conexão, mas nunca o vi no meu condomínio", afirmou. Ele disse ainda que só conheceu o nome de Marielle depois do assassinato da vereadora, e voltou a falar sobre o atentado a faca que sofreu durante a campanha eleitoral.

Ele também foi questionado sobre a publicação de um vídeo com cenas obscenas que relacionou ao Carnaval em seu perfil no Twitter. O presidente afirmou que o vídeo "já estava circulando". "Uma das coisas que me fez ser eleito foi meu respeito a famílias e tradições. Eu sou uma pessoa religiosa, não posso me tornar presidente e mudar meu jeito de ver as coisas, o que é muito comum nos círculos políticos", emendou Bolsonaro.

O presidente da República ainda rejeitou rótulos de racista ou homofóbico - suas falas sobre raça e orientação sexual foram amplamente divulgadas na imprensa estrangeira durante a campanha eleitoral. "Se eu fosse tudo isso, eu não teria sido eleito presidente", disse, emendando que há um problema de "fake news" no Brasil. "Eu não tenho nada contra os homossexuais, mas eu gosto de ter minha casa em ordem. A definição de família, na minha visão, é a mesma definida na Bíblia", disse o presidente.

Venezuela
Ele também foi questionado sobre a situação na Venezuela e afirmou que há limites para a atuação do Brasil no país vizinho. Segundo ele, o País vai fazer "tudo o que for possível na frente diplomática e de assistência", descartando a possibilidade de uma ação militar.

Ele foi questionado ainda sobre a proximidade com Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump e apoiador de populistas de direita. A aproximação de Bolsonaro com Bannon gera desconforto em parte do governo americano, já que ele foi forçado a deixar o governo em 2017 e foi chamado de traidor por Trump. O presidente brasileiro disse saber que houve uma separação entre Trump e Bannon e minimizou a participação do americano no jantar do domingo, 17, quando se encontrou com conservadores. Segundo Bolsonaro, a única pessoa que mantém contato com Bannon é o filho, Eduardo Bolsonaro.

com informação Estadão Conteúdo