Um médico veterinário, proprietário de uma fazenda em Lins (SP), passou um grande susto e tristeza ao ver o próprio cachorro ser morto por uma cobra enquanto tentava salvá-lo de um ataque.

 

Rodrigo Malzoni de Souza, de 32 anos, contou ao g1 que foi passear com os seis cachorros, dois adultos e quatro filhotes, no açude da fazenda, no dia 22 de dezembro, quando se sentou na beira e viu algo pulando de dentro para fora.

 

No momento do ocorrido, Rodrigo estava ao telefone com a caseira e, com o susto, caiu com uma das pernas dentro do açude, onde estava a sucuri. Ao perceber que uma cobra estava se enrolando na perna dele, Rodrigo gritou, o que fez com que a caseira escutasse e prestasse socorro.

 "A sucuri começou a se enrolar na minha perna, mas eu estava de bota. Então, tirei o calçado e consegui me desvencilhar da cobra", lembra.

Entretanto, antes que Rodrigo pudesse compreender o que acontecia, já que ficou assustado, um dos filhotes pulou na água para tentar salvar o dono. Neste instante, a sucuri se soltou da perna do homem e atacou o cachorro.

Com a força dos movimentos da cobra, Nino não resistiu e acabou morrendo asfixiado. "Eu não tive como salvar o Nino, foi muito rápido e eu não esperava que ele fosse pular. A gente sabe que o cachorro ama o tutor, mas eu tive a prova naquele dia", contou.

 Cerca de quinze minutos após o ocorrido, a caseira da fazenda chegou ao local e tentou acalmar Rodrigo, que estava em prantos.

"Eu sempre levava meus cachorros para passear no açude, mas não mais. Estamos todos assustados", finaliza.

Veneno

Segundo o biólogo Fábio Maffei, a sucuri não faz parte do grupo de cobras peçonhentas. Isso significa que ela não possui dentes inoculadores de veneno, mas pode abocanhar a presa na tentativa de se defender.

Ainda de acordo com o especialista, por serem carnívoras, as sucuris se alimentam de roedores, aves, peixes, rãs e lagartos, mas dificilmente atacam seres humanos por não serem presas habituais.

 A estratégia de caça de uma sucuri, cobra que mede em torno de seis a oito metros de acordo com Fábio, é a constrição, ou seja, o animal se enrola na vítima e exerce tamanha pressão que a asfixia.

G1