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Mais um caso de violência sexual ocorrida dentro de um dos carros da Uber vem à tona, com a vítima, referida apenas como “Jane Doe” para preservar sua identidade, movendo uma ação contra a empresa e pedindo indenização de US$ 10 milhões. De acordo com a mídia internacional, Doe alga que a Uber vende uma falsa sensação de segurança, prometendo ambientes acolhedores, mas colocando passageiras a mercê de predadores.

O caso ocorreu em Washington, D.C.: Doe fez o pedido por um carro no dia 1º de abril de 2018 e foi atendida pelo motorista Raul E. Rodriguez Vasquez. Evidências coletadas pela área forense das autoridades identificaram o DNA do motorista e comprovaram a violência sexual. Vasquez declarou-se culpado e encontra-se, hoje, preso. Na situação, a vítima, após o abuso, teria narrado o caso a uma assistente social, que chamou a polícia.

A reclamante do processo pede uma indenização de US$ 10 milhões à empresa e ao autor do crime, citando “ferimentos físicos e emocionais” sofridos durante o ataque. No processo, Vasquez é citado como “agente e empregado” da Uber, ao contrário da denominação oferecida pela empresa, que refere-se aos seus motoristas como “servidores independentes”.

Doe ainda alega que a Uber “falhou com suas obrigações” ao “não informá-la do risco apresentado de seus serviços a mulheres, especialmente aquelas que estão sob efeito de álcool ou intoxicadas”. Ela também cita a participação da empresa de movimentos como o “MADD” (Mothers Against Drunk Driving, uma ONG fundada por mães de vítimas de acidentes de trânsito causados por quem dirigiu bêbado).

A Uber comentou o caso: “Abuso sexual é um crime devastador e nós o levamos muito a sério”, disse um porta-voz da empresa. “Estamos, neste momento, revisando a acusação. O acesso deste motorista ao app foi removido assim que a situação nos foi relatada”.
Uber x crime de abuso

O caso de Jane Doe é apenas o mais recente em anos que a Uber teve que lidar com acusações do tipo: segundo a CNN, em 2018 apenas, mais de 100 motoristas da empresa foram acusados de variados graus de assédio e abuso sexual.

No Brasil, também há relatos diversos sobre o tema: em 2017, a escritora de 38 anos Clara Averbuck narrou o abuso sofrido por um motorista após sair de um happy hour com amigos. As informações divulgadas pela escritora levaram à criação da hashtag “Meu Motorista Abusador” no Twitter, que compilou casos e mais casos de abuso, novamente, em variados graus, sofridos por passageiras mulheres. Em janeiro de 2019, um novo caso de estupro surgiu, na cidade de Aparecida de Goiânia, Goiás, onde novamente um motorista abusou de sua passageira.

A Uber, ao final de 2018, anunciou a criação de um fundo de investimento voltado à prevenção de assédio e ataques de cunho sexual a mulheres passageiras do serviço. De acordo com a empresa, até o ano de 2020 serão investidos R$ 1,55 milhão em campanhas de sensibilização sobre o assunto para motoristas, entregadores e usuários do Uber e do Uber Eats.


Fonte: Canaltech