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O primeiro Dia de Finados após o trágico acidente que matou 13 pessoas, entre elas estudantes e professoras de Borborema, foi de muita emoção e homenagens no Cemitério Municipal. A tradicional missa que é realizada todos os anos nessa data teve orações especiais às vítimas do acidente que envolveu um ônibus, que voltava de uma excursão dos estudantes e professores da escola Estadual Dom Gastão, e uma carreta carregada com óleo vegetal na Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304) em Ibitinga.

Após a missa, os túmulos mais visitados foram os das 12 vítimas enterradas em Borborema (Veja aqui as fotos do Dia de Finados em Borborema). Uma das vítimas, a professora Roseneide Aparecida Casetta Montera foi sepultada em Itápolis, onde mora a família dela. A cidade, de pouco mais de 15 mil habitantes, ainda está bastante abalada com a tragédia. Após viver os momentos de tristeza do enterro coletivo de 10 vítimas na quarta-feira (29), a cidade teve que acompanhar o enterro dos corpos de mais duas pessoas no dia seguinte, na quinta-feira (30).

E este domingo foi mais um dia de comoção. Muitos parentes e amigos choraram ao lado das sepulturas. Para amenizar a dor, os amigos trocaram abraços e fizeram muitas orações. Quem foi ao cemitério fez questão de trazer flores em homenagem às vítimas do acidente.

O pedreiro Adacir Antônio Zuzi conta que a sobrinha tinha amizade com os jovens que morreram. “Ela era muito amiga do José Vinícius, ele frequentava a nossa casa, émuito difícil, a cidade está muito abalada, foi uma tragédia para todos nós”, afirma. E no silêncio do cemitério, os moradores ainda buscam explicações para o que aconteceu. “O pessoal está arrasado vai demorar um tempo para voltar a rotina, acho que nunca vai ser como antes, porque é difícil entender algo assim, tão grande, um acidente grave assim, é um choque muito grande”, ressalta a manicure Maria de Lourdes Garcia Acciari.

Além dos 13 mortos, 24 pessoas ficaram feridas. Três delas continuam internadas, duas na Santa Casa de Ibitinga e o quadro de saúde delas é estável, e o motorista do caminhão, Leandro Basalea, que está no Hospital Padre Albino em Catanduva e a família não autorizou a divulgação de informações sobre o estado de saúde dele.

Investigações e nova versão
A polícia investiga as causas da colisão entre o ônibus e a carreta. Testemunhas disseram que o motorista do caminhão teria invadido a pista. Com o impacto da batida, o ônibus teve a lateral arrancada. No entanto, o caso ganhou um novo capítulo com a entrevista ao TEM Notícias de um caminhoneiro que diz ter visto o acidente.

Na versão dele o motorista do ônibus teria entrada da faixa contrária e causado o choque. A testemunha seguia em um caminhão logo atrás da carreta envolvida no acidente. “Andamos por alguns metros pareados, eu na adicional e ele na faixa comum, metros antes de começar a descida. Como ele estava um pouco na frente, desceu primeiro do que eu. Quando cheguei na metade da descida não vi em momento algum ele sair da faixa ou fazer gracinha com a carreta. Ele desceu alinhado. Na hora que ele começou a subir ele percebeu alguma coisa na frente dele. Tinha um farol na frente dele. Foi onde ele limpou totalmente na esquerda tentando escapar de alguma coisa. Mas até nesse momento que ele limpou para a esquerda estava alinhado comigo, que estava atrás dele. Não tem hipótese alguma de ele estar na pista contrária. Depois disso eu vi aconteceu a explosão”, conta.

Ele afirma ainda que o ônibus estava em 45 graus parado na pista contrária, a da esquerda, onde seguia o caminhão e não tinha sinal que o veículo tinha sido arrastado. “Consegui chegar no ônibus. Ele estava 45 graus, mas presta bem atenção: na mão da carreta. Não tem sinal dele ter sido arrastado. Ele bateu e cortou, e carreta foi embora”, completa. O caminhoneiro também contou que chegou a conversar com o motorista do ônibus.

“Falei, o tio, o que o senhor aprontou? Ele meio dopado, com a cabeça fora de si por causa da tragédia. Ele desceu, a gravata dele não tinha nada, a roupa não tinha sinal nenhum de sangue. Ele desceu e foi para baixo junto com as meninas que estavam aglomeradas na baixada. Foi onde eu passei do outro lado e vi o resultado da tragédia".

O delegado Carlos Alberto de Oliveira está à frente do caso e falou sobre as possíveis causas do acidente. “Aparentemente seria o motorista do caminhão que teria invadido a pista contrária com a pista do ônibus e possivelmente o ônibus, na tentativa de se desviar, tentou desviar, mas mesmo assim acabou ocorrendo a colisão”, informou. No entanto, ele ressalta que as investigações continuam e os envolvidos serão ouvidos nos próximos dias. Ela também afirmou que não pode passar mais detalhes da investigação para não atrapalhar o andamento dos trabalhos.

A perícia técnica esteve no local do acidente e o laudo criminalístico está sendo elaborado pelo Instituto de Criminalística de Araraquara. Segundo informações do órgão, o IC tem 30 dias para apresentar o laudo e o prazo pode ser prorrogado devido à complexidade do acidente.

Sobre as condições da rodovia, o Departamento de Estrada de Rodagem, informou, em nota, que o local está em obra e há sinalização dos trabalhos na pista em todo o trecho, que compreende os km 352,3 ao km 406,7, entre Ibitinga e Borborema. A nota informa ainda que a velocidade máxima permitida no local é de 60 km/h para garantir a segurança dos motoristas. O local passa por recape por isso não há sinalização do solo, de acordo com DER, esse trabalho só é feito no final do recapeamento.

Já sobre a afirmação da testemunha de que o ônibus é que teria invadido a pista contrária e atingido o caminhão, a empresa Jabotur diz que é especulação, até porque no boletim de ocorrência da Polícia Rodoviária teria o depoimento de duas testemunhas que passaram pelo caminhão pouco antes do acidente e disseram que o veículo estava em alta velocidade. A empresa diz ainda que o ônibus estava com toda a documentação, manutenção e equipamentos em ordem.

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