Da Assessoria da Câmara - Números impactantes, possibilidade do fim da intervenção da prefeitura na Santa Casa e perspectivas a respeito do futuro da entidade foram debatidos em audiência pública realizada na Câmara de Itápolis, na tarde de segunda-feira, dia 23 de novembro.

 
Além da população, vereadores atuais e futuros, prefeito e vice eleitos, colaboradores da Santa Casa e representantes de entidades participaram do encontro.
 
No final de agosto, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo determinou que a prefeitura apresente um plano para iniciar o processo de desintervenção. A prefeitura comanda a Santa Casa desde 2007.
 
O maior entrave é o valor da dívida que a entidade acumula ao longo dos anos. De acordo com o advogado da Santa Casa, Guilherme Rodrigues,  no início da intervenção, o passivo girava em torno de R$ 2 milhões. Atualmente, o valor ultrapassa assustadores R$ 35 milhões.
 
Sobre a responsabilidade pela dívida, a advogada da entidade, Cristiane Fonseca, entende que o problema é da Santa Casa, com vínculo do passivo ao CPF do interventor ou diretor.  

Como foi uma audiência pública, muitas pessoas se manifestaram. Uma delas foi o presidente da seção local da Ordem dos Advogados do Brasil, Antônio Dinizete Sacilotto. Para ele, os termos iniciais da intervenção foram incompletos e a dívida é impagável.
 
Em 2019, já projetando a desintervenção, uma diretoria foi montada. O médico Ricardo Alexandre dos Santos foi eleito presidente. Na audiência, ele reconheceu não haver perspectiva de pagamento da dívida.
 
O então interventor da Santa Casa, Marcelo Lopes, foi questionado pela vereadora eleita Juliane Grecco (Republicanos) e afirmou que o atual prefeito não pretende editar um decreto dispondo sobre o fim da intervenção em 2020. O interventor atual revelou também que o que mais gera preocupação neste momento é o pagamento da folha salarial e o pagamento de honorários médicos.  
 
Caso a intervenção acabe, a Santa Casa continua atendendo pacientes do SUS, que aliás são 90% dos atendimentos.
 
De acordo com conclusão dos advogados da Santa Casa, a dívida foi se acumulando porque a tabela do SUS está bastante defasada e os repasses da prefeitura são insuficientes.