O delegado responsável pela investigação do homem suspeito de matar a esposa e a filha dela afirmou nesta terça-feira (9) que o preso confessou o assassinato em interrogatório à polícia.

A mulher foi encontrada morta enterrada no quintal de casa com a filha de 9 anos, em Pompeia (SP). Fabrício Buim Arena Belinato, de 36 anos, foi capturado na segunda-feira (8), em Campo Grande (MS) e transferido para Marília (SP), onde chegou pouco depois das 23h desta terça-feira (9).

Fabrício era marido de Cristiane e padrasto de Karoline. Ele foi encontrado no momento em que estava trabalhando em uma obra do Jardim Macaúba, região sul da capital, e estava foragido desde o encontro dos corpos das vítimas, na terça-feira (2). Um mandado de prisão preventiva contra ele foi expedido na quinta-feira (4).

De acordo com a Guarda Municipal, Fabrício foi encontrado por agentes e estava trabalhando uniformizado. O homem foi encaminhado para o Centro Especializado de Policia Integrada (Cepol) e encaminhado ao interior de SP na noite de terça-feira (9).

Segundo o delegado Cláudio Anunciato Filho, o suspeito detalhou que matou a esposa primeiro em uma briga, em suposta legítima defesa, com um golpe de faca. Em seguida, admitiu que matou a menina asfixiada com a mão.

"Em primeiro momento, ele disse aos policiais que a adolescente teve envolvimento na morte da criança. No entanto, o suspeito me chamou novamente e disse que foi apenas ele e não a moça."

Cristiane Pedroso dos Santos Arena, de 34 anos, e a filha Karoline Vitória dos Santos Guimarães, de apenas 9 anos, estavam desaparecidas desde novembro do ano passado e foram achadas enterradas sob um contrapiso de concreto na casa onde moravam.

No dia em que os corpos foram encontrados, a Polícia Civil também apreendeu a filha de 16 anos da vítima por suspeita de participação no crime. Segundo o delegado, ela indicou à polícia o local exato onde estava enterrado o corpo da irmã.

Além do duplo homicídio e ocultação de cadáver, Fabrício é investigado por estupro de vulnerável pois teria abusado sexualmente da enteada mais velha há vários anos.

A adolescente negou participação no crime, mas a polícia acredita que ela deu cobertura ao padrasto e ajudou a enterrar os corpos.

Denúncia de cárcere privado

O delegado também informou que a Polícia Civil chegou à casa onde os corpos estavam enterrados após receber denúncia de cárcere privado.

A informação era de que a adolescente teria sofrido abuso por parte do padrasto. Policiais encontraram apenas o homem e a adolescente em casa, e os levaram para prestar esclarecimentos.

"A garota disse que a mãe foi embora com a filha menor após conhecer um novo namorado, mas os depoimentos eram contraditórios e fomos investigar", explicou o delegado.

Ao investigar o desaparecimento, a polícia também descobriu que o suspeito estava movimentando a conta da mulher, que havia sido demitida recentemente e recebido um valor de rescisão.

Segundo o delegado, as mortes teriam acontecido no fim de novembro e os corpos estavam enterrados na casa desde então.

Os policiais desconfiaram do crime depois que encontraram parte da casa reformada, com a construção de um contrapiso de concreto nas partes do fundo. Uma retroescavadeira foi usada para quebrar o concreto.

As vítimas foram sepultadas na tarde de quarta-feira (3) no Cemitério de Pompeia, sob forte comoção. De acordo com as declarações de óbito, divulgadas pela família, Cristiane morreu por hemorragia aguda e Karoline, por traumatismo craniano.

G1