A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São José do Rio Pardo (SP) abriu um inquérito para investigar um médico de 32 anos suspeito de importunar sexualmente uma paciente, de 24, durante uma consulta no Pronto-Socorro Municipal, em julho deste ano.

A prefeitura informou que, assim que teve conhecimento do caso, rompeu o contrato de prestação de serviço com o clínico geral e instaurou um processo administrativo para apurar sua conduta.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que tomou conhecimento do fato por meio da imprensa e que vai investigar o caso, sob sigilo determinado por lei.

O caso

De acordo com o boletim de ocorrência, o caso ocorreu na noite do dia 21 de julho na unidade de saúde no Centro.

A vítima disse ao G1 que achou estranha a posição em que o médico realizou o exame, já que ao invés de se posicionar de frente para ela, ficou de lado, como se estivesse abrançando suas pernas.

Depois ele pediu para ver a tatuagem de sua perna novamente e, no final da consulta, sugeriu um encontro em outro local.

"No fim, quando eu estava me vestindo, ele pediu para ver novamente a tatuagem que tenho na perna. Respondi que não era nada de mais. Quando fui sair do consultório, ele me disse: 'e se um dia eu te examinasse fora daqui?', eu não entendi e aí ele repetiu. Foi aí que eu entendi tudo o que tinha acontecido", relatou.

Investigação

A Polícia Civil informou que estão sendo ouvidas as testemunhas atreladas ao caso e que é necessária a apuração dos fatos para que não se cometa nenhuma injustiça.

"A palavra da vítima é sempre muito respeitada, pois esses fatos sempre acontecem entre quatro paredes, sem testemunhas presenciais", explicou o delegado seccional Benedito Antônio Noronha Júnior.

Postagem

Dias após a denúncia feita pela paciente na DDM, o clínico geral publicou uma foto em suas redes sociais com os dizeres: "Observando o caso da Najila do interior e trabalhando".

Sem mencionar a acusação, o médico fez referência ao caso da modelo Najila Trindade, que acusou o jogador de futebol Neymar Júnior de estupro. Entretanto, dois meses após investigações, o processo foi arquivado pela Justiça.

Cremesp

Procurado, o Cremesp informou que tomou conhecimento do fato pela imprensa e que irá investigar o caso sob sigilo.

Além disso, informou que dentro de suas atribuições institucionais e de acordo com as normas legais, cumpre seu dever de acolher, apurar e julgar quaisquer infrações éticas cometidas por médicos, no exercício da profissão, quando formalmente acionado ou quando os fatos chegam ao seu conhecimento.

O Cremesp esclareceu que as denúncias recebidas pelo conselho são investigadas e, por questão de sigilo determinado por lei, somente após o trânsito julgado de penas que são públicas, o órgão pode revelar detalhes sobre a parte denunciada.

O conselho também disse que as denúncias recebidas são apuradas caso a caso, dentro de parâmetros legais e preservando o direito de manifestação das partes envolvidas. Que durante o curso do processo, até o trânsito em julgado de uma pena de cassação, o registro de um profissional médico permanece ativo, exceto nos períodos de interdição cautelar, caso este instrumento tenha sido utilizado.

EPTV