Segundo os autores, receptor opioide do sistema nervoso ajuda a regular a sensação de recompensa diante de um estímulo visual que se tornou importante evolutivamente — como a aparência

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Cientistas descobriram que olhar para um rosto atraente ativa a mesma região cerebral que as drogas opiáceas, como a morfina. O estudo, publicado nesta terça-feira no periódico Molecular Psychiatry, mostrou que o receptor opioide participa do controle do comportamento social, regulando a sensação de recompensa que temos ao receber um estímulo visual.

Resultado: Os pesquisadores descobriram que olhar para um rosto atraente afeta a mesma região cerebral que as drogas opiláceas, como a morfina

Informações visuais sobre outras pessoas, principalmente rostos, desempenham um papel importante na seleção de parceiros — e acionam os mesmos sistemas de recompensa no cérebro que a comida ou o dinheiro. Esse sistema possui uma grande quantidade de receptores que, em estudos anteriores, feitos com roedores, mostraram afetar o quanto uma pessoa gosta e deseja um estímulo de recompensa.

Para investigar o papel desse receptor em humanos, os pesquisadores pediram para trinta homens saudáveis observar fotos de rostos femininos e dizer o quanto "gostavam" daquela imagem. Quando os participantes recebiam morfina, que aumenta a atividade dos receptores, eles passaram a dar notas maiores para os rostos que consideravam atraentes, e também tendiam a observar as fotos por um tempo prolongado, enquanto passavam mais rapidamente por aquelas consideradas menos atraentes.

Por outro lado, os participantes que receberam um supressor do opioide chamado naltrexona não deram notas tão altas para os rostos atraentes quanto os outros participantes, nem quiseram ver as fotos por mais tempo.

Os pesquisadores notaram que o efeito das manipulações era maior em relação às mulheres consideradas mais atraentes, que são "valiosas" em termos evolutivos. Eles sugerem que os receptores opioides humanos participam da motivação social, intensificando a recompensa fornecida aos estímulos mais valiosos e inibindo o desejo por aqueles de "menor valor". (Veja)