A bússola aponta para o norte – isso é fato. Mas onde exatamente fica o Polo Norte magnético é algo que há muito não se sabe mais ao certo. A cada ano, ele se move vários quilômetros, o que tem sérias implicações para a navegação global. Mesmo os menores desvios podem deslocar as coordenadas da destinação em centenas de quilômetros.

Como se forma o Polo Norte magnético?
O campo magnético da Terra tem origem nas profundezas do planeta, onde enormes correntes de ferro fundido se movem entre o núcleo e o manto terrestres. Elas são mantidas em constante movimento graças à rotação da Terra. Esse movimento produz correntes elétricas, criando um campo magnético com dois polos: o norte e o sul.

Entretanto, como esse processo no interior do planeta está em constante movimento, o campo magnético também muda. Quando essas correntes mudam ou diminuem, por exemplo, devido a um deslocamento de placas tectônicas, o polo norte magnético também se move.

O Modelo Magnético Mundial (WMM, na sigla em inglês), atualizado a cada cinco anos pela agência meteorológica NOAA, dos Estados Unidos, e pelo Serviço Geológico Britânico (BGS), é crucial para a navegação precisa de toda a aviação militar e civil, assim como para a orientação de navios, submarinos e dispositivos GPS mundo afora.

O que é memória, e quanta memória nós temos? Quando esquecemos algo, é porque uma nova memória "substituiu" uma memória existente ou estabelecida?

O personagem de animação Homer Simpson, da série de televisão americana Os Simpsons, certamente acreditava nisso.

"Toda vez que aprendo algo novo, isso empurra algumas coisas antigas para fora do meu cérebro", ele diz à sua esposa, Marge, em um episódio particularmente memorável. "Lembra quando fiz aquele curso de fabricação de vinho caseiro, e esqueci como dirigir?"

Mas os instintos de Homer não estão tão distantes da realidade quanto poderíamos imaginar. Existe um fenômeno conhecido como "esquecimento catastrófico", no qual o processo de consolidação de novas informações interfere ou "apaga" a memória existente.

Algo semelhante pode ser observado nas redes neurais digitais que alimentam a inteligência artificial (IA), que são modeladas com base no cérebro humano, mas que muitas vezes têm dificuldade de incorporar novos conjuntos de dados ao aprendizado existente.

Normalmente, nossos cérebros são melhores nisso, mas não entendemos bem por quê.

Pesquisadores da Universidade Cornell, nos EUA, acreditam ter feito um grande avanço na compreensão de como nosso cérebro gera memórias — e afirmam que suas descobertas vão poder ser usadas um dia não apenas para aprimorar a inteligência artificial, mas também para combater doenças degenerativas do cérebro, como o Alzheimer.

Tudo isso se resume ao que eles conseguiram ver pelos olhos de camundongos adormecidos.

Daqui a aproximadamente sete anos, em 22 de dezembro de 2032, um asteroide recém-descoberto poderá se aproximar da Terra e, caso sua trajetória se mantenha, ele pode colidir com o nosso planeta.

Porém, não há razão para pânico, pelo menos por enquanto. O asteroide, que tem entre 40 e 100 metros de diâmetro, tem apenas 1,2% de chance de atingir a Terra, segundo anunciou a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), que está monitorando o objeto de perto.

Ou seja, a probabilidade de um impacto é bem baixa. No entanto, isso não significa que o risco foi descartado.

 Chamado de 2024 YR4, a ESA está acompanhando sua trajetória desde a sua descoberta, em 27 de dezembro de 2024, por meio do telescópio ATLAS, localizado no Chile.

Logo após ser identificado, os sistemas automáticos de alerta calcularam a chance de colisão, que inicialmente parecia muito pequena.

Até o momento, porém, a agência afirma que ainda não é possível prever com certeza onde o impacto poderia ocorrer, caso ele aconteça.

 Isso acontece porque a órbita do asteroide é bastante alongada, o que dificulta determinar com precisão sua trajetória, já que ele está se afastando da Terra em linha reta, sem curvar de maneira visível.

Apesar disso, desde janeiro a agência vem realizando observações prioritárias do astro com telescópios ao redor do mundo para entender melhor o tamanho do asteroide e a trajetória que ele seguirá nos próximos anos.

Nos próximos meses, o monitoramento vai continuar com telescópios mais potentes, incluindo o Very Large Telescope (VLT), observatório localizado na montanha Cerro Parana, no Chile

Mesmo assim se, até 2028, o risco de impacto não for completamente descartado, o asteroide provavelmente continuará na lista de riscos da ESA.

A agência afirma ainda se o risco permanecer acima de 1% nos próximos anos, dois grupos internacionais, o IAWN (Rede Internacional de Alerta de Asteroides) e o SMPAG (Grupo Consultivo de Planejamento de Missões Espaciais), poderão começar a coordenar ações de resposta, como desenvolver estratégias para mitigar os possíveis efeitos de um impacto ou até planejar missões para desviar o asteroide.

"A ideia não é assustar, mas chamar atenção ao objeto para observadores", explica o especialista.
Bernardinelli, que foi um dos responsáveis por descobrir o cometa de maior núcleo já avistado pela ciência, disse ao g1 que essa classificação não deve ser interpretada como algo alarmista;

Ter uma alimentação com mais fibras pode ajudar no crescimento de bactérias boas no intestino e na eliminação das ruins, reduzindo significativamente o risco de doenças. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

O intestino humano tem várias bactérias, como as chamadas Enterobacteriaceae, incluindo Klebsiella pneumoniae, Shigella, E. coli e outras. Em níveis baixos, elas fazem parte de um microbioma intestinal saudável, mas em altos, causados, por exemplo, pelo aumento da inflamação no corpo ou pela ingestão de alimentos contaminados, podem provocar doenças.

Pesquisadores descobriram que a "assinatura" do microbioma de uma pessoa pode prever se o intestino dela tem probabilidade de ser colonizado por Enterobacteriaceae. Os cientistas identificaram 135 espécies de micróbios intestinais que são comumente encontradas na ausência de Enterobacteriaceae, provavelmente protegendo contra infecções.

Entre as espécies protetoras do intestino está o grupo de bactérias Faecalibacterium, que produz compostos benéficos chamados ácidos graxos de cadeia curta ao quebrar fibras nos alimentos que comemos. Isso parece proteger contra infecções por uma série de bactérias Enterobacteriaceae causadoras de doenças.

Os cientistas acreditam que colocar mais fibras na dieta pode apoiar o crescimento de bactérias boas e elimina as ruins, reduzindo significativamente o risco de doenças. Em contrapartida, tomar probióticos - que não alteram diretamente o ambiente no intestino - tem menos probabilidade de afetar a chance de infecção por Enterobacteriaceae.

Novo estudo revelou que bebida feita a partir do cacau pode proteger a vasculatura do corpo contra o estresse, mesmo após a ingestão de comidas gordurosas. A pesquisa também descobriu que chá verde, chá preto e frutas vermelhas têm as mesmas substâncias que ajudam na proteção da função vascular e no controle das crises de estresse.

"Quando as pessoas estão estressadas, elas tendem a gravitar em direção a alimentos ricos em gordura. Alimentos gordurosos podem prejudicar a recuperação vascular do corpo do estresse. Neste estudo, queríamos ver se adicionar um alimento rico em flavonol à refeição gordurosa aliviaria o impacto negativo do estresse no corpo", explica Catarina Rendeiro, professora de Ciências Nutricionais na Universidade de Birmingham e autora principal do estudo.

Flavonóis são um composto presente em frutas, vegetais, chás e nozes. São conhecidos pelos benefícios para a saúde, principalmente para regular a pressão arterial e proteger a saúde cardiovascular.

Uma jovem de 29 anos foi hospitalizada com sintomas de intoxicação após fazer uma "misturinha" de produtos de limpeza para lavar o banheiro, no domingo (19), em Itapetininga (SP).

Na expectativa de potencializar a limpeza, ela misturou dois produtos, sendo um com ácido clorídrico na composição e outro que contém hipoclorito de sódio. Juntos, eles tiveram uma reação química que liberou um gás tóxico.

Com muita dificuldade para respirar, ardência nos olhos e confusão mental, a jovem foi socorrida e levada para o pronto-socorro do Hospital Léo Orsi Bernardes (HLOB).

Durante o atendimento médico, ela apresentou ainda quadro de arritmia e baixa oxigenação, precisando ficar em monitoramento cardíaco e com auxílio de oxigênio.

Uma rede global de médicos e laboratórios trabalha para detectar o surgimento de novas ameaças virais, muitas delas motivadas pela mudança climática, em uma tentativa de evitar a próxima pandemia global.

Esta coalizão de "caçadores de vírus", como se autodenominam, já descobriu uma doença rara transmitida por carrapatos na Tailândia e um surto infeccioso na Colômbia transmitido por mosquitos.

"A relação de questões com as quais temos que nos preocupar, como vimos com a Covid-19, não é estática", afirma Gavin Cloherty, especialista em doenças infecciosas que lidera a Coalizão de Defesa contra Pandemias de Abbott.

"Temos que estar muito atentos aos 'bandidos' que já conhecemos e que estão evoluindo (...) Mas também se há novos", diz à AFP.

A coalizão reúne médicos e cientistas de universidades e instituições de saúde em todo o mundo, financiada pela gigante de dispositivos médicos e sanitários Abbott. Ao descobrir novas ameaças, a coalizão concede uma vantagem à empresa na concepção dos testes de diagnóstico, que foram fundamentais na resposta à pandemia de Covid-19.

O seu envolvimento proporciona à coalizão amplos recursos e a capacidade de detectar e sequenciar, mas também de responder aos novos vírus.

Não há dúvida de que o exercício é bom para o coração. O exercício regular reduz a pressão arterial e o colesterol e diminui as chances de sofrer um ataque cardíaco ou derrame.

Mas, às vezes, pode ser difícil encontrar tempo (e motivação) para se exercitar. Então, qual é a menor quantidade de exercícios que você pode fazer e ainda assim obter esses benefícios? Essa resposta depende do seu nível de condicionamento físico inicial.

Aqui está uma boa notícia: quanto mais baixo for seu ponto de partida em termos de condicionamento físico, menos terá de fazer para ver os benefícios.

 

Portanto, se você for uma pessoa completamente sedentária, será necessária apenas uma pequena quantidade de exercícios para observar uma redução no risco cardíaco.

A partir de um ponto de partida de praticamente nenhum exercício, uma ou duas horas por semana de ciclismo ou caminhada rápida pode ser tudo o que você precisa para reduzir o risco de morte por doença cardiovascular em até 20%.

Porém, à medida que você fica mais em forma e aumenta a quantidade de exercícios, os ganhos de saúde cardiovascular diminuem e, por fim, atingem um patamar. Isso às vezes é chamado de curva em forma de J.

É um dia ensolarado de outono e estou caminhando em uma encosta rochosa ao lado de uma geleira a cerca de 3.000 metros acima do nível do mar, na fronteira entre a Áustria e a Itália.

Ao meu lado está Paul Grüner, proprietário de um chalé de montanha no lado italiano, com vista para a geleira. Aos nossos pés, uma encosta ao sul desce em direção à Itália e, do outro lado, uma encosta ao norte olha para a Áustria.

Perto dali, um poste de madeira com uma seta indica "Grenze / Confine", que significa "fronteira" em alemão e italiano, os dois idiomas falados nessa área multilíngue.

Grüner, que tem seu chalé desde a década de 1980, convidou-me a subir para me mostrar o quanto a geleira, chamada Hochjochferner, diminuiu devido ao aquecimento global. Uma consequência surpreendente: sua água de degelo, que costumava fluir tanto para a Áustria, no norte, quanto para a Itália, no sul, agora flui apenas para um país, a Áustria.

Isso se deve ao fato de a parte sul da geleira ter recuado muito mais do que a parte norte e agora ter desaparecido, dizem as pessoas familiarizadas com o local.

Esse é apenas um exemplo da profunda transformação que a mudança climática está provocando nas montanhas, com consequências de longo alcance para tudo, desde as relações fronteiriças até os riscos de deslizamentos de terra e o abastecimento de água da Europa.

"Quando eu era criança, a geleira cobria todo esse cume e a água derretida desse lado fluía até a Itália", explica Grüner, apontando para a encosta voltada para o sul. Agora, essa encosta é rochosa e nua.

Algumas pessoas nascem para ser mais felizes do que outras. Mas, seja você o tipo de pessoa que canta no chuveiro e dança na chuva, ou que tenha uma inclinação mais melancólica, o contentamento não é algo que acontece do nada. Todos nós podemos mudar nossos hábitos para conseguir mais felicidade em nossas vidas.

Aqui estão nossas principais dicas para um 2025 mais feliz.

Abraçar a amizade à medida que envelhecemos
A amizade beneficia as pessoas de todas as idades, mas, na velhice, ela pode se tornar uma fonte de felicidade especialmente importante.

Embora as pessoas mais velhas geralmente reduzam seus círculos sociais para priorizar passar tempo com aqueles que as conhecem bem, pesquisas mostram que é uma boa ideia permanecer aberto a novas amizades, pois elas nos proporcionam benefícios ligeiramente diferentes dos nossos relacionamentos com a família - que podem ser baseados em obrigações.

Como as amizades são relações voluntárias, não obrigatórias, que podem começar ou terminar a qualquer momento, elas tendem a ser mais divertidas e menos tensas ou tensas.

Embora os adultos mais velhos possam enfrentar uma série de obstáculos que podem dificultar o encontro com novas pessoas, de certa forma, deveria ser mais fácil fazermos amigos: nossas personalidades amadurecem, adquirimos mais habilidades sociais, nossa perspectiva se torna mais alegre e tendemos a nos tornar mais agradáveis.

E o esforço de manter amizades de qualidade à medida que envelhecemos vale a pena, pois as vantagens vão além do bem-estar psicológico - elas também melhoram nosso funcionamento cognitivo e nossa saúde física.

O ano novo chegou, e se você gosta de observar estrelas, 2025 será um ano com alguns eventos astronômicos.

O ano será marcado por quatros eclipses e duas superluas consecutivas.

Primeira grande chuva de meteoros de 2025
O ano vai começar com as Quadrântidas — a grande chuva de meteoros anual. Esta será uma das chuvas de meteoros mais fortes do ano e atingirá seu auge em 3 ou 4 de janeiro.

Meteoros ou estrelas cadentes são pedaços de detritos que entram na atmosfera da Terra a velocidades de até 70 km por segundo, vaporizando e causando raios de luz.

As Quadrântidas são conhecidas por atingir uma taxa de até 120 meteoros por hora em um curto período.

Elas foram batizadas com esse nome por causa de seu ponto de origem aparente no céu, a antiga constelação Quadrans Muralis, e possuem uma coloração azul ou branco-amarelada com rastros finos.

Essa chuva de meteoros é mais visível no Hemisfério Norte, mas alguns dos meteoros podem ser vistos no Brasil.

A última semana de novembro prometia ser mais uma semana comum para João Marinho Neto.

O ex-pecuarista estava apenas aguardando o almoço – o frango de panela habitual na casa de repouso onde ele mora, na pequena cidade de Apuiarés (CE), a 130 km da capital do Estado, Fortaleza.

Mas ele logo chegaria às manchetes nacionais e internacionais. Com 112 anos, Neto passou a ser o homem mais velho do mundo. "E sou também o mais bonito", brincou ele para a enfermeira que lhe deu a notícia.

Neto "herdou" o lugar no Livro Guinness dos Recordes com a morte do britânico John Tinniswood, em 25 de novembro. Ele também tinha 112 anos de idade.

Atualmente, a pessoa mais velha do mundo é a japonesa Tomiko Itooka, de 116 anos. Mas Itooka também é uma recordista relativamente nova. Ela foi "coroada" em agosto passado.

Neto e Itooka fazem parte do seleto grupo dos centenários, que vem crescendo em todo o mundo.

Quase 1 milhão de centenários
A Divisão de População da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, em 2024, cerca de 588 mil pessoas vivas no planeta tenham comemorado seu 100º aniversário. A tendência é que este número se aproxime da marca de 1 milhão até o final da década.

Em 1990, apenas 92 mil pessoas atingiram o marco dos três dígitos.

O ser humano percorreu um longo caminho em termos de expectativa de vida, graças aos avanços em uma série de áreas que nos deram melhores medicamentos, boa alimentação e condições de vida vantajosas, em comparação com nossos ancestrais.

Em média, uma pessoa que nasceu em 1960 (o primeiro ano em que a ONU começou a manter dados globais sobre longevidade) tinha expectativa de vida de cerca de 52 anos.

Seis décadas depois, a expectativa de vida global média é de 73 anos e a ONU projeta que ela irá atingir 77 anos até 2050.

Ou seja, mesmo com todos os avanços, chegar a 100 anos não é pouca coisa. As pessoas que atingiram essa idade representavam apenas 0,007% da população mundial em 2023, segundo os dados da ONU.

E os cientistas alertam que a possibilidade de atingir 100 anos de idade ainda é pequena para a maioria de nós. Um estudo de 2024, do Instituto Nacional de Pesquisas Demográficas da França, estimou que menos de 2% dos meninos e menos de 5% das meninas nascidas em 2023 irão atingir esta marca.

Além disso, a maioria das pessoas que chega à velhice provavelmente irá sofrer de doenças crônicas.

"Viver mais não é sinônimo de viver bem", diz Janet Lord, professora de Biologia Celular da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.
Lord explica que, em média, os homens passam seus últimos 16 anos de vida enfrentando condições que vão de diabetes à demência. Para as mulheres, este tempo sobe para 19 anos.

Qual é o segredo dos 'supercentenários'?

Se comemorar 100 aniversários já é difícil, imagine seguir ainda mais além.

Nos Estados Unidos, um estudo de longo prazo da Universidade de Boston estimou que apenas 1 em cada 5 milhões de americanos atinge o estágio "supercentenário" – quando se ultrapassa os 110 anos.

Esta taxa, porém, vem aumentando. O número de americanos com 100 anos de idade ou mais aumentou de cerca de 50 mil em 2010 para mais de 80 mil em 2020, segundo os números do Censo dos Estados Unidos.

Os "supercentenários" naturalmente atraem muita atenção dos cientistas que estudam o envelhecimento humano.

"Esses indivíduos desafiam o que acontece com a maioria das pessoas na velhice. E ainda não temos certeza do porquê", segundo Lord.
Além da longevidade, os supercentenários se destacam por terem uma saúde relativamente boa para sua idade.

Neto, por exemplo, exceto pela sua visão bastante fraca, não tem outros problemas de saúde, segundo Aleluia Teixeira, uma das enfermeiras que cuida do supercentenário.

"Ele não precisa de medicamentos, nem tem histórico de doenças graves. Ele tem 112 anos!", declarou ela à BBC.
O que intriga ainda mais os especialistas em idade é o fato que algumas pessoas que chegam aos 100 anos ou mais não são exatamente um exemplo de boas práticas em saúde.

Neto, por exemplo, viveu uma vida bastante limpa e foi abstêmio, segundo seu filho mais velho, Antônio. Mas outros supercentenários foram, digamos, um pouco mais descuidados.

A francesa Jeanne Calment morreu em 1997, com 122 anos de idade. Oficialmente, ela é o único ser humano a ter ultrapassado os 120 anos. Mas Calment era fumante e adorava uma barra de chocolate.

Mais surpreendentemente, um artigo de 2011, publicado no periódico científico Journal of the American Geriatric Society, estudou um grupo de 400 judeus americanos com 95 anos ou mais – e encontrou uma profusão de maus hábitos.

Quase 60% dos participantes eram fumantes contumazes, metade deles tinha sido obesa durante a maior parte da vida e apenas 3% eram vegetarianos.

Isso sem falar em outros dados surpreendentes – muitos deles não faziam exercício, nem mesmo de forma moderada.

"A primeira coisa que precisamos dizer às pessoas interessadas em viver tanto tempo é não seguir dicas de estilo de vida de centenários ou supercentenários", orienta Richard Faragher, professor de biogerontologia da Universidade de Brighton, no Reino Unido, um dos principais especialistas em estudos do envelhecimento.

"Há algo excepcional sobre eles. Porque muitos fazem exatamente o oposto do que sabemos que pode ajudar alguém a viver mais", acrescenta o especialista.
Os cientistas suspeitam que a genética desempenhe um papel importante na longevidade.

Os centenários (e supercentenários) parecem ser capazes de se proteger contra o desgaste que afeta os mais jovens com o passar do tempo. Eles também se mostram capazes de compensar até mesmo hábitos pouco saudáveis que levam a maioria de nós à morte precoce.

O número crescente de pessoas chegando aos 100 anos também levou os cientistas a questionar se os limites da longevidade humana também serão estendidos.

Pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, afirmam que a longevidade extrema atingirá novos limites ainda neste século – e possivelmente resultará em casos de pessoas que irão assoprar 125 ou até 130 velinhas nos seus bolos de aniversário.

"Acreditamos que é quase certo que alguém quebrará o atual recorde de idade até 2100 e que é bem possível que alguém possa viver até os 126, 128 ou 130 anos", estima Michael Pearce, estatístico e um dos autores do estudo.

Pearce e o professor Adrian Raftery usaram o International Database on Longevity, uma base de dados sobre expectativa de vida, para simular os limites de longevidade para as próximas décadas. Eles concluíram que há uma probabilidade próxima dos 100% de que o recorde de Calment será batido e uma chance de 68% de que alguém comemore em breve um aniversário de 127 anos.

O fato de ser mulher também ajuda. No dia 9 de dezembro de 2024, as 53 pessoas mais velhas do mundo são mulheres. Neto é o 54º.

As regras do jogo do envelhecimento
Há, no entanto, muitas perguntas que a ciência ainda precisa responder para entender completamente o quebra-cabeça do envelhecimento.

Especialistas como Richard Siow, diretor de Pesquisas do Envelhecimento do King's College de Londres, acreditam que esse entendimento é crucial para abordar questões de qualidade de vida com uma população global cada vez mais envelhecida. A ONU calcula que o mundo já é habitado por mais pessoas com mais de 65 anos do que por crianças com menos de 5 anos de idade.