copaprotest

A repercussão das manifestações públicas durante a Copa das Confederações (foto) teve um forte impacto não apenas na Copa do Mundo, mas também nas marcas patrocinadoras.

O apoio da população à Copa do Mundo e às marcas patrocinadoras do evento caiu fortemente após as manifestações de julho, segundo pesquisa do instituto de pesquisa Nielsen Sports.

Batizada como “Da Copa das Confederações à Copa do Mundo”, a pesquisa foi realizada logo após o final da Copa das Confederações. O levantamento mostrou que o apoio da população ao evento, que era de 71% em setembro de 2012, passou para 45% em julho de 2013. As pessoas também passaram a perceber, em maior escala, que os custos da Copa do Mundo serão maiores que os benefícios: a percepção passou de 33% para 61%.

O maior impacto, no entanto, pode atingir os patrocinadores. Segundo a Nielsen Sports, a mudança pode se transformar, "de uma grande oportunidade para explorar a plataforma esportiva no país, [...] em algo negativo para a própria marca". Isso porque, em setembro de 2012, 67% dos entrevistados declaravam apoio aos patrocinadores da Copa do Mundo. Em julho de 2013, o número tinha caído para 32%, menos da metade. Enquanto só 3% dos entrevistados consideravam o fato de uma marca patrocinar o evento como algo negativo; o percentual agora subiu para 22%. A disposição a comprar produtos das patrocinadoras, que antes era de 58% da população, foi para 31%.

“A repercussão das manifestações públicas durante a Copa das Confederações teve um forte impacto não apenas na Copa do Mundo, mas também nas marcas patrocinadoras do evento. Diante desse cenário – e de um prazo curto para virar o jogo – a comunicação dessas marcas com seus consumidores deve mudar. É preciso reforçar o trabalho social que vem sendo desenvolvido, ou começar para aqueles que ainda não o tem, destinando parte dos investimentos de ativação do patrocínio para esse fim”, diz Mário Ruggiero, diretor de Nielsen Sports, por meio de comunicado.

A pesquisa da Nielsen Sports foi feita em julho de 2013, nas seis cidades-sede da Copa das Confederações (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza) e em São Paulo, com 1.420 entrevistas, no total, visando responder os seguintes temas centrais: apoio da população ao evento e às marcas, ações de destaque das marcas (embalagens, promoções, propagandas etc.) e hábitos do brasileiro durante a realização dos jogos. (Revista Época)