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Maior avião cargueiro do país será exportado e terá 1º voo em 2014

O anúncio da fabricação do maior avião cargueiro do país pela Embraer provocou uma nova corrida ao emprego em Gavião Peixoto, onde a empresa mantém uma unidade.

Porém, a oportunidade de concorrer a uma das 600 vagas estimadas pela prefeitura esbarra nos baixos índices de escolaridade e profissionalização da população.

Uma parte da produção do KC-390 será feita pela unidade de Gavião da Embraer, que tem sede em São José dos Campos, no Vale do Paraíba.

Segundo dados do IBGE, a taxa de analfabetismo na população de 15 anos ou mais em Gavião (8,8%) é o dobro da registrada no Estado (em torno de 4%). E 52% dos habitantes entre 18 e 24 anos têm ensino médio completo, quando, no Estado, são 58%.

A prefeitura colocou um carro de som nas ruas chamando trabalhadores com formação em elétrica e mecânica, e em parceria com o Senai providenciou cursos técnicos nas áreas para quem tem ensino médio completo.

Cerca de cem pessoas já demonstraram interesse nas vagas da Embraer, de acordo com o diretor do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), Cláudio Barbosa. As mulheres correspondem a 40% da procura, segundo ele.

Ainda segundo o IBGE, 43,8% dos empregos formais na cidade estão na Embraer, única fábrica e a principal economia de Gavião.

NOVA ONDA

A produção do KC-390 nem começou, mas a busca pelas vagas da Embraer já lembra um pouco a corrida vivida em 2000, quando a nova fábrica foi anunciada no município.

Uma das novas pretendentes, é Amanda Cristina Vicente da Silva, 18. Com ensino médio concluído no ano passado, ela vai fazer o curso de elétrica para tentar uma vaga.

"Estou pronta para aprender. Quero crescer na empresa e fazer uma faculdade de administração", disse ela.

Na família de Amanda, a irmã e o cunhado já trabalham na Embraer de Gavião. Eles fabricam estofamento e móveis para as aeronaves.

Em cinco anos na empresa, a irmã de Amanda realizou o sonho da casa própria. "Ela me disse para estudar bastante porque compensa."

Amiga dela, Ana Carolina Dias Aguiar, 18, também se inscreveu para o curso. Elas estiveram no PAT para preencher documentos após terem recebido um telegrama do posto de atendimento.

Já Marcos Roberto Furquim, 28, não tinha ideia de que poderia trabalhar na Embraer. Era ajudante numa usina de etanol na região e, ao ficar desempregado, ouviu o recado passado pelo carro de som e recorreu ao PAT.

"Tenho a esperança de conseguir uma vaga", afirmou ele à Folha na última quarta-feira (18) enquanto preenchia a ficha no PAT de Gavião.

Da Folha de São Paulo