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A delegada Fernanda Fernandes, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que está à frente da investigação sobre o "jogo da baleia azul", disse, nesta quarta-feira, que os "curadores" do desafio podem ser indiciados até por homicídio. Segundo ela, um inquérito foi instaurado para investigar os crimes de associação criminosa, ameaça, lesão corporal (em relação às automutilações praticadas pelos participantes) e homicídio tentado ou consumado.

O "curador" é quem envia ao participante do jogo os 50 desafios que ele deve cumprir diariamente até chegar ao suicídio. Se condenado, ele pode ficar preso por mais de 40 anos. (3 anos por associação criminosa, 8 anos por lesão grave, 6 meses por ameaça e 30 anos por homicídio).

Fernanda Fernandes informou, ainda, que notificará as secretarias municipal e estadual de Saúde para que casos de mutilações graves em adolescentes e jovens sejam comunicados diretamente à DRCI.

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Nesta terça-feira, a delegacia confirmou que duas adolescentes de 14 anos e 15 anos — uma moradora do interior do Rio e outra na Zona Oeste da capital — foram mesmo cooptadas por curadores e tentaram o suicídio. Um terceiro caso suspeito foi descartado.

As duas meninas contaram, em depoimento, que buscaram informações em redes sociais para que pudessem participar do "Baleia Azul" e conseguir a lista com os 50 desafios propostos pelos curadores.

— Nós tivemos acesso a um passo a passo do jogo — disse Fernanda.

Nesta quinta-feira, estão previstos os depoimentos de outros dois jovens que podem ter sido cooptados para participar do "Baleia Azul". Todas as vítimas estão sendo encaminhadas para receber tratamento psicológico gratuito.

A delegada pede para que quem saiba de casos suspeitos entre em contato com a DRCI pelo telefone (21) 2202-0280.

Sete casos investigados no Paraná
No Paraná, sete tentativas de suicídio de adolescentes, ocorridas nesta terça-feira em Curitiba, são investigadas. A Secretaria municipal de Saúde suspeita que há uma relação com o jogo "Baleia Azul". Os jovens tinham sinais de automutilação e de ingestão de remédios.

— Nos chamou muito a atenção pela repetição do padrão de comportamento, fazendo com que nós nos lembrassemos desse jogo — explica o o secretário municipal de Saúde, João Carlos Baracho, acrescentando que o número de episódios é "muito acima do normal".