vaquejada

Entidades ligadas ao rodeio comemoraram a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Vaquejada, pela Câmara dos Deputados, em junho. A PEC autoriza a prática de atividades de montaria no Brasil, consideradas patrimônio cultural, como a vaquejada, o rodeio e do laço, desde que assegurem o bem-estar dos animais utilizados.

Para que a PEC possa valer, é necessária uma regulamentação específica para cada modalidade. A proposta de normas para o rodeio, no que compete à disputa de montarias e as provas cronometradas, foi entregue pela Confederação Nacional de Rodeios (CNAR) ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, durante sua visita à Festa do Peão de Barretos.

A expectativa da Confederação é que essa proposta seja avaliada e aprovada pelo MAPA para ser promulgada em breve, segundo o diretor Emílio Carlos dos Santos, o Kaká. “A vaquejada foi a primeira a entregar uma proposta e teve a publicação muito rápida”, disse.

A proposta de regulamentação trata do bem-estar dos animais, com regras para transporte, acomodação e condições de apresentação, entre outras, e também sugere punições para quem não as cumprir. "Se as normas forem seguidas, não há maus-tratos e não há nem como criminalizar o rodeio. Nossa preocupação é se os estados e municípios têm condições de realizar a fiscalização dos eventos porque o nosso objetivo é excluir os que não fazem direito”, diz Santos.

Para o presidente do clube Os Independentes, associação que organiza a Festa do Peão de Barretos, Hussein Gemha Júnior, a PEC irá acabar com os boatos sobre maus-tratos de animais nas competições.

“A PEC veio numa hora essencial. Tinha muita conversa sobre maus tratos e uma mentira contada muitas vezes vira verdade. A PEC vai dar condição, legitimidade e chancela de que o que está sendo feito é o correto. E se alguém tiver coisa errada vai pagar por isso", afirma.

Durante a discussão da PEC, o clube Os Independentes tomou a frente da defesa dos rodeios e enviou aos parlamentares um dossiê sobre a prática do rodeio em Barretos, com explicações detalhas sobre os procedimentos realizados.

O presidente da União Nacional do Rodeio (UNR), Esnar Ribeiro, também acha que a lei veio em boa hora. “A PEC foi uma sorte porque o rodeio é tão grande que as pessoas do interior não imaginam que uma canetada pode acabar com uma cultura de 60 anos, e esse levante dos ambientalistas contra o rodeio poderia ser muito prejudicial sem essa lei”, diz.

Já o diretor de veterinária e de rodeios da Festa do Peão de Barretos, Marcos Sampaio de Almeida Prado, o Kiko, acredita que a PEC vai por fim às discussões sobre maus-tratos dos animais e dar tranquilidade aos organizadores de rodeios.

“As pessoas que são radicalmente contra não conhecem o trabalho, não conhecem o sistema do rodeio. Nós estamos abertos e convidamos todas as ONGs de proteção animal para vir aqui ver o que acontece, mas elas não vêm. Agora não vai ter mais discussão porque é lei”, afirma. (EPTV)