Unidade estaria há três meses sem médico. Direção da Santa Casa nega fechamento. Câmara deve realizar audiência pública para tratar do tema

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Um grupo de médicos do Corpo Clínico da Santa Casa reuniu-se na Câmara para informar aos vereadores sobre as condições de trabalho nos setores da entidade. Além dos vereadores, participaram os médicos Rogério Denis, Ricardo Alexandre dos Santos, Marco Antônio Sgarbi, Bruno Mortati e Carlos Alberto Lopes.

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O encontro aconteceu no final da tarde de quarta-feira (14/8) e, segundo o grupo de médicos, os atos da direção da Santa Casa apontam para o fechamento da Unidade de Terapia Intensiva. O fato de não haver plantão médico contínuo há três meses no setor levou o grupo a concluir que a intenção é transformar a unidade de intensiva para semi-intensiva. De acordo com o médico Ricardo Alexandre dos Santos, a diferença é que na semi-intensiva vários procedimentos de alta complexidade não são realizados, visto que a presença contínua do médico não é necessária.

A direção da Santa Casa refutou a informação e afiançou que a UTI não será fechada e que, atualmente, há planos de ampliação da estrutura e quantidade de leitos, inclusive com projeto remetido ao Governo Federal.

Acerca do pagamento em atraso de plantões realizados na unidade de Pronto Atendimento, os médicos foram enfáticos ao afirmar que essa é uma questão secundária no momento. “Não é pelo dinheiro. Estamos aqui para falar das condições de trabalho”, enfatizou o neurologista Rogério Denis.

O médico destacou também que as condições ruins de trabalho em Itápolis fazem com que o valor do plantão no Pronto Atendimento seja mais caro em relação a outras cidades. Rogério Denis comparou a situação local com Matão, onde se paga entre R$ 800,00 e R$ 850,00 por jornada de 12 horas. Segundo ele, em Itápolis os valores ficam próximos a R$ 1200,00.

Os médicos também informaram que em vários períodos um único plantonista atende o Pronto Atendimento e a UTI ao mesmo tempo.

Providências

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A reunião provocada pelos médicos vai gerar uma audiência pública na Câmara para debater os pontos levantados no encontro de 14/8. Na próxima sessão de Câmara, que será na terça-feira (20/8), os vereadores deverão apresentar requerimentos de convocação da secretária de Saúde, Lucilene Daniel, dos gestores da Santa Casa e médicos para discutir a procedência ou não do fechamento da UTI e as condições de trabalho oferecidas aos médicos na Santa Casa.
Jornalismo – Câmara Municipal