Dois portais com webcam instalados em Nova York, nos EUA, e Dublin, na Irlanda, que "ligam" os países precisaram ser desligados poucos dias após sua inauguração devido ao comportamento inadequado de usuários. Ofensas e cenas de nudez foram comuns, e teve até referência ao 11 de setembro.

Equipados com uma webcam com transmissão em tempo real, os portais são uma obra de arte do artista lituano Benediktas Gylys, idealizada com a intenção de ligar pessoas de diferentes países e promover interações.

Inaugurados na última quarta (8), os portais em NY e Dublin são o segundo par da série do artista. O primeiro par ligou Lublin, na Polônia, e Vilnius, na Lituânia. O grupo que produz os aparelhos afirma que está em negociações para inaugurar um portal no Piauí no futuro.

 

No início, o público reagiu de forma eufórica, com acenos, danças e brincadeiras, mas rapidamente "desceu o nível" e cenas de nudez, dedos do meio e outras obscenidades viraram comuns. Teve até referência ao atentado de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas.

Essas cenas de mau comportamento, que viralizaram nas redes sociais, levaram autoridades dos EUA e da Irlanda a desligarem temporariamente os portais na terça-feira (14) sem previsão de reativação.

O porta-voz do Conselho Municipal de Dublin, Michael Ryan, disse que os organizadores da exposição estão investigando "possíveis soluções técnicas" para lidar com o comportamento inadequado. Segundo Ryan, espera-se que os portais voltem a funcionar até o final da semana. Uma solução proposta, de desfocar as câmeras, foi recusada.

Zac Roy, porta-voz da Parceria Flatiron NoMad, um grupo empresarial local de Manhattan, enfatizou que a "esmagadora maioria" das pessoas que interagem com o portal da cidade se comportou adequadamente. Roy disse que houve segurança 24 horas por dia e barreiras no local de Nova Iorque desde o lançamento da exposição.

O idealizador dos portais, Benediktas Gylys, não respondeu aos pedidos de resposta feitos pela Associated Press, mas sua organização, "Portals.org", disse que incentiva as pessoas a serem respeitosas.

G1