Quando cavamos para extrair metais preciosos, combustível fóssil ou minérios antigos, removemos um capítulo de outra era. Tais substâncias são, nas palavras do escritor Astra Taylor, o "passado condensado", remetendo a períodos épicos de fúria magmática, florestas tropicais ou vapor hidrotermal. Levam milhões de anos para se formar ou cristalizar, e apenas alguns instantes para serem removidas com maquinário e explosivos.
Desde que o homem percebeu pela primeira vez que o solo abaixo dele continha riquezas ocultas, passou a cavar para descobrir o que repousa sob seus pés.
A mineração torna possíveis quase todos os aspectos de nossas vidas modernas, e muitas vezes os efeitos sobre a natureza estão a muitos quilômetros de nossas casas.
Quando você depara visualmente com o impacto de uma mina, pode mudar sutilmente a forma como avalia seu consumo. Inclusive este texto chegou até você por meio de materiais geológicos — por trás dessa tela, emaranhada em eletrônicos, há metais que outrora estiveram retidos por milênios em uma rocha.
E, em algum lugar do mundo neste momento, nosso desejo crescente por tecnologia está alimentando pesquisas subterrâneas cada vez mais profundas e abrangentes em busca desses recursos.
A seguir, você vai ver inúmeras maneiras pelas quais a mineração transformou a superfície da Terra — sejam os tons surpreendentes e artificiais das "bacias de rejeitos" ou as paisagens a céu aberto que parecem ser as verdadeiras impressões digitais da humanidade.
Se os antigos minérios e minerais que cobiçamos são o "passado condensado", então, infelizmente, o que nos espera é um futuro com cicatrizes.
Uma das maiores minas do mundo, com 84 tipos de minerais, é a 'pegmatito nº 3' em Xinjiang, na China.
O Lago Esmeralda, na província de Qinghai, na China, é uma zona de mineração abandonada.
Lá, a mineração histórica deixou para trás sal e outros minerais em lagos gigantes de tom esverdeado.