O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se encontrou com seu colega russo Sergei Lavrov nesta quarta-feira (30) na província de Anhui, no leste da China, onde o país asiático deve sediar dois dias de reuniões sobre o Afeganistão, informou a emissora estatal CGTN.

 

No primeiro encontro pessoal desde o início da guerra na Ucrânia, Lavrov chegou mais cedo à China para conversas organizadas por Wang, que devem incluir representantes do Talibã do Afeganistão, bem como Paquistão, Irã, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.

Para Wang Yi, as relações chinesas e russas “resistiram ao teste da turbulência internacional” e continuam a se desenvolver de forma resiliente.

As duas nações concordaram em ampliar a cooperação, informou a agência de notícias russa Interfax, citando o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em meio ao que Moscou descreveu como “condições internacionais difíceis”. A cooperação incluiu a coordenação da política externa e falar em uma só voz sobre assuntos globais.

Tom West, o representante especial dos Estados Unidos para o Afeganistão, participará de uma reunião separada no mesmo local da chamada Troika Estendida: China, Rússia, Estados Unidos e Paquistão, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA. Esta conversa não incluirá Lavrov e Wang.

As negociações ocorrem no contexto da invasão russa da Ucrânia e no momento em que o Afeganistão sofre uma crise econômica e humanitária agravada por um corte de ajuda financeira após a tomada do Talibã quando as tropas lideradas pelos EUA partiram em agosto do ano passado.

Os Estados Unidos acreditam que compartilham com outros membros da Troika Estendida o interesse em que o Talibã cumpra os compromissos de formar um governo inclusivo, cooperar no combate ao terrorismo e reconstruir a economia afegã, disse o porta-voz do Departamento de Estado.

Na semana passada, Wang visitou Cabul, onde se encontrou com o ministro das Relações Exteriores do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, para discutir os laços políticos e econômicos, incluindo o início dos trabalhos no setor de mineração e o possível papel do Afeganistão na iniciativa de infraestrutura do Cinturão e Rota da China, disse o Ministério das Relações Exteriores afegão.

Reuters