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Movimentação de policiais ao redor de campo de futebol (Foto: Jamile Alves/G1 AM)

Dois carros que teriam sido usados por atiradores que mataram seis pessoas e deixaram outras nove feridas em um campo de futebol, na Zona Oeste de Manaus, foram encontrados horas após a chacina ocorrida na noite de terça-feira (12). A polícia investiga a ligação do crime com guerra entre facções.

 


Segundo testemunhas, um grupo armado fez diversos disparos de fuzil em direção ao campo de futebol onde ocorria um treino entre jogadores dos times Compensão e T5 Jamaica, ambos do bairro Compensa. Após os disparos, os atiradores fugiram em carros, por volta das 22h.

 

De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar (PM), David Brandão, uma S-10 e um Gol foram encontrados em dois pontos diferentes. Um terceiro carro, com placa de outro estado, também teria auxiliado na fuga dos atiradores.

"Um veículo que foi abandonado por volta de 2h15 da manhã, sendo dado suporte por outro veículo, um Ecosport com placa quente, placa verdadeira, do estado de Roraima. A S-10 já foi encaminhada para delegacia e hoje de manhã [quarta-feira] um gol, que possivelmente deu suporte na ocorrência de ontem às 22h, foi abandonado na Colônia Santo Antônio e está sendo também deslocado para delegacia”, disse Brandão à Rede Amazônica.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), tropas de Choque, Rocam, Força Tática e o efetivo das Companhias Interativas Comunitária (Cicoms) foram acionadas para reforçar a segurança na localidade nesta quarta-feira (13).

“O reforço de policiamento continua. Quando tomamos conhecimento [da chacina], o efetivo de todo nosso Comando de Policiamento Especializado (CPE), que é uma tropa reserva da Polícia Militar, que trabalha aquartelada, foi colocada nas ruas. Nós conseguimos colocar mais quinze viaturas só do Comando de Policiamento Especializado cobrindo toda a nossa cidade”, disse o comandante-geral da PM.


O que se sabe
Grupo armado com fuzis surpreende jogadores em um campo de futebol dentro do Centro Social Urbano (CSU), do bairro Compensa 2, na noite de terça-feira (12);
Duas pessoas morreram no local e quatro chegaram a ser encaminhadas a unidades de saúde da capital, mas não resistiram aos ferimentos;
Outras nove pessoas ficaram feridas e foram levadas ao hospital;
Polícia suspeita que crime tem relação com tráfico de drogas;
SSP reforça a segurança nas ruas de Manaus após a chacina;
Familiares e amigos das vítimas compareceram ao Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer os corpos, que foram liberados até o início da manhã desta quarta-feira;
Carros que teriam sido usados pelos criminosos foram aprendidos horas após a chacina.


Vítimas
Duas pessoas morreram no local e quatro chegaram a ser encaminhadas a unidades de saúde da capital, mas não resistiram aos ferimentos. Nove feridos estão ainda em atendimento no SPA Joventina Dias e no Hospital e Pronto-Socorro 28 de agosto.

No local do crime, moradores relataram medo após o ocorrido. "Já estava pronta pra dormir com meu marido e três filhos quando ouvi os tiros. Era muito tiro. Foram uns 20. Primeira coisa que eu fiz foi ir pra sala pra proteger as crianças", contou uma mulher que mora na área e que pediu para não ser identificada.

Familiares e amigos das vítimas compareceram ao Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer os corpos na madrugada.

Uma das vítimas é Michel de Sena Passos. Ele tinha 32 anos, era treinador voluntário de uma escolinha de futebol, que mantinha aulas no campo onde o crime ocorreu, e assistia ao treino de futebol quando foi baleado. Ele morreu no SPA Joventina Dias.

"O Michel trabalhava como entregador de pizza. A chefe dele contou que pediu para ele ir lá e ele disse que já estava indo, mas que antes ia passar no campo. Ele tinha chegado fazia pouco tempo quando isso aconteceu", afirmou um familiar da vítima, que não quis se identificar.

Guerra entre facções
O titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Juan Valério, disse que vai recuperar imagens das câmeras de segurança no local para tentar identificar os autores do crime. Ele afirma que a situação pode ter sido motivada por uma guerra entre facções.

"Foi especificamente voltado contra um time de futebol da área da Compensa, que possivelmente tem envolvimento com o crime. É o que se tem notícia. Algumas das pessoas que vieram a óbito eram envolvidas com tráfico de drogas", disse Valério.

 

Do G1