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A supermodelo brasileira Gisele Bundchen durante reunião do Pacto Global pelo Ambiente na sede da ONU em Nova York, em setembro de 2017

A supermodelo brasileira Gisele Bündchen defendeu nesta quarta-feira (16) sua trajetória de mais de doze anos como ativista ambiental e mostrou sua "surpresa" diante das críticas da nova ministra da Agricultura, que a acusou na segunda-feira de criticar seu país "sem conhecimento de causa".

"Causou-me surpresa ver meu nome mencionado de forma negativa por defender e me manifestar a favor do meio ambiente", reagiu a modelo em sua conta no Twitter, onde tem 4,8 milhões de seguidores.

"Desde 2006 venho apoiando projetos e me envolvendo em causas socioambientais, o que sempre fiz com muita responsabilidade", acrescentou a modelo, antes de explicar que seus anos de ativismo lhe permitiram adquirir conhecimentos sobre o tema, graças às "leituras e contatos com cientistas, pesquisadores, agricultores, organizações corporativas e ambientais".

A resposta de Gisele, que chegou a ser a modelo mais bem paga do mundo e que vive há anos nos Estados Unidos, chega depois de a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acusá-la em uma entrevista de criticar as políticas nacionais na área sem ter suficiente informação.

"Desculpe, Gisele Bündchen, você deveria ser nossa embaixadora e dizer que seu país preserva [o meio ambiente], que o seu pais está na vanguarda do mundo da preservação e não vir aqui meter o pau no Brasil sem conhecimento de causa", afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan a titular de uma das pastas mais polêmicas do governo de Jair Bolsonaro.

Em seu texto, Bündchen não critica diretamente Cristina, representante do setor do agronegócio, e deixa a porta aberta a uma colaboração com seu país sempre que for para divulgar ações para o meio ambiente.

Aposentada das passarelas desde 2015, Bündchen, de 38 anos, mora em Nova York com os filhos e o marido, o astro do futebol americano Tom Brady.

Conhecida pela militância ambiental, em 2016 foi nomeada embaixadora da boa vontade da ONU para a proteção da vida salvagem.

Em 2017 contribuiu, com seu ativismo, para reverter uma série de medidas adotadas pelo governo de Michel Temer, predecessor de Jair Bolsonaro, que autorizavam a exploração de minério em regiões da Amazônia.

Recentemente, criticou um projeto de lei que busca flexibilizar o registro dos agrotóxicos no Brasil.

A chegada de Bolsonaro ao poder, em 1º de janeiro, desperta preocupação em muitos defensores do meio ambiente.

No mesmo dia de sua posse, Bolsonaro assinou uma medida provisória que transfere ao ministério da Agricultura a responsabilidade por delimitar as terras indígenas, áreas preservadas ricas em recursos naturais.

Segundo os críticos, a medida tem como objetivo entregar as riquezas naturais das terras indígenas ao setor produtivo do país.

 

FONTE: AFP