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Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) disseram, em depoimento, que os tiros que mataram sete jovens na comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, foram disparados por homens do Exército.


A polícia e o Exército chegaram à comunidade quando acontecia um baile funk. Segundo os agentes da Core, eles não efetuaram disparos durante a operação e, de acordo com relato de três policiais, o tiroteio ocorreu entre traficantes armados e homens das forças especiais do Exército.

Seis dos sete mortos foram identificados como: Marcelo da Silva Vaz, que a família diz que era motorista de aplicativo, Vitor Hugo Coelho, Márcio Melanes Sabino, Josué Coelho, Luiz Américo da Silva, Bruno Coelho e Lorran de Oliveira Gomes. A polícia diz que quatro dessas pessoas tinham passagem pela polícia, mas não disse ainda quem são elas.

Os agentes vão tentar identificar o tipo de arma e quantos tiros mataram os jovens. A Polícia Civil informou que apreendeu armas, munição e radiotransmissores com os mortos.

O delegado Marcos Amim, na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), disse que apreendeu os celulares das vítimas e vai verificar as informações passadas por parentes de que duas vítimas seriam motoristas de aplicativo de transporte de passageiros.

Na ocasião, havia um baile funk na favela. No entanto, os corpos das vítimas foram encontrados a cerca de três quilômetros do local onde acontecia o baile. A DHNSG investiga se outras pessoas teriam sido feridas na ação. Os feridos a bala teriam dado entrada em várias unidades de saúde da região, incluindo o Hospital Estadual Alberto Torres.

A Polícia Civil também vai ouvir os depoimentos dos agentes que participaram da ação e estuda realizar uma reprodução simulada no local. Os peritos vão identificar o tipo de arma e quantos tiros mataram os jovens.

De acordo com o delegado Marcus Amin, ao todo, 15 policiais da Core participaram da operação. Ao longo da semana, todos os agentes serão ouvidos na especializada. O número de militares que esteve no local ainda não foi passado à DHNSG.

Por conta da lei que transfere para a Justiça Militar o julgamento de crimes contra a vida cometidos por homens das Forças Armadas em missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), sancionada pelo presidente Michel Temer no mês passado, a Polícia Civil não tem atribuição para investigar militares. Por isso, os homens do Exército que participaram da ação não foram ouvidos.

De acordo com nota conjunta da Polícia Civil e do Comando Militar do Leste (CML), a operação conjunta teve a participação de um blindado da Core e outros dois do Exército. Ainda segundo o texto, houve "resistência armada" por parte de traficantes no local. Foram apreendidos durante a operação um fuzil, sete pistolas, cinco carregadores, munições, rádios transmissores, drogas e celulares.
No domingo (12), por telefone, o coronel Roberto Itamar, porta-voz do CML, informou que o apoio do Exército à operação no Complexo do Salgueiro foi apenas com a utilização de dois veículos

Blindados com motoristas e guarnições de segurança. O oficial disse que não tinha informações de que os militares teriam atirado na comunidade e só poderia verificar isso nesta segunda-feira (13).

 

Do G1