A mineradora Vale está em alerta máximo com a certeza de que o talude norte da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, Região Central de Minas Gerais, vai se romper. A estrutura tem se movimentado de seis a 10 centímetros por dia e o paredão pode cair a qualquer momento.
A Vale informou ao Ministério Público do estado em 14 de maio que o talude estava se movimentando e que, em caso de ruptura, a barragem Sul Superior poderia se romper também. Este é o cenário mais grave. A mineradora informou que não é possível dizer exatamente qual será o impacto do rompimento do talude.
O talude é um paredão que fica acima da cava de mineração, que está cheia de água. A barragem Sul Superior está a 1,5 quilômetros desta cava.
O rompimento do talude pode causar uma reação em cadeia por abalos e desencadear o colapso da barragem. Outro cenário menos grave, mas também preocupante, é que a água da cava transborde e atinja rios da região da mina.
Em um sobrevoo nesta segunda-feira (20), o diretor de operações da Vale, Marcelo Barros, disse que a empresa trabalha com a hipótese mais grave.
“Como a segurança é prioritária pra gente, e a barragem é uma barragem de nível 3, a gente trabalha com a hipótese máxima”, disse o diretor de operações da Vale.
O diretor reafirmou o que a mineradora e o governo de Minas já vêm dizendo há alguns dias, que não há dúvidas de que o talude vai desabar.
“O talude vai romper. É uma certeza que a gente tem. Ele deve romper caindo para dentro da cava”, informou.
O secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, Germano Vieira, disse, nesta segunda-feira (20), que a chance de o talude causar o rompimento da barragem Sul Superior é de 10% a 15%.
A mineradora conseguiu autorização para colocar 200 trabalhadores dentro da mina, que está interditada, para obras de contenção da onda de lama caso a barragem se rompa. O objetivo é conter a velocidade da lama e parte dos rejeitos dentro da mina.
Blocos de granito serão alinhados em uma barreira de contenção e em outro ponto será construído um muro de 35 metros de altura, também para conter a lama. Também serão instaladas telas metálicas para reter sedimentos.
A Vale garante que todos os funcionários estão treinados para deixar a área em segurança em caso de emergência. Ainda segundo a mineradora, a previsão é que todas as obras sejam concluídas em novembro.
A empresa ainda mantém uma sala de monitoramento geotécnico, onde dados chegam em tempo real 24 horas por dia.(G1)