Urna eletrônica (Foto: Carlos Santos/G1)
Especialistas em informática participaram nesta sexta-feira (01/12) de teste público de segurança das urnas eletrônicas a serem usadas na eleição de 2018 e conseguiram decifrar arquivos internos do equipamento.
Segundo o coordenador de sistemas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José de Melo Cruz, é “possível” que os técnicos tenham conseguido identificar como foi o último voto registrado numa urna. A informação foi passada pela manhã, quando os testes ainda estavam sendo feitos. Os resultados só devem ser divulgados no dia 12 de dezembro.
“Eles não tiveram acesso a dados do eleitor, tiveram acesso ao ‘log’, que é aquele sistema que vai monitorando a urna e escrevendo tudo que acontece na urna eletrônica, como a caixa preta de um avião, que vai registrando todos os dados do voo. E conseguiram acesso ao RDV, que é o registro digital do voto, mas não de alterar o RDV, mas sim de observá-lo”, disse José de Melo Cruz.
“Eles conseguiram essa penetração, mas não tiveram acesso à ordem de votação e todos os votos dados naquela urna. Não conseguiram identificar os votos de todos os presentes. É possível do último voto”, completou depois, quando questionado por jornalistas.
Testes similares já foram feitos em anos anteriores. Em 2016, o TSE testou as urnas antes das eleições municipais.
Falhas corrigidas
Melo disse que as falhas – decorrentes de uma atualização no sistema realizada recentemente – serão corrigidas. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, enalteceu o teste, como forma de colaboração de técnicos com a segurança da urna.
“Esse evento mais uma vez mostra a importância da contribuição da sociedade civil na tarefa de identificar possíveis vulnerabilidades e falhas relacionadas à violação à integridade ou do anonimato dos votos de uma eleição”, disse na apresentação parcial dos resultados.
Depois, em entrevista, o ministro confirmou que no ano que vem cerca de 30 mil das 500 mil urnas terá o voto impresso, como determinado em lei pelo Congresso para possibilitar eventual necessidade de conferência. “Não será possível ter de forma geral, já informamos ao Parlamento. Não temos condições nem recursos para isso”, disse o ministro.
DO G1