A Polícia Civil de São Paulo prendeu na madrugada desta segunda-feira (29) um terceiro suspeito de participar do roubo de 718,9 quilos de ouro no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O ouro roubado é avaliado em cerca de R$ 110 milhões.
Outros dois suspeitos já haviam sido detidos no fim de semana. Um deles, preso no sábado (27), é o encarregado de despacho que havia dito à polícia que foi mantido refém pela quadrilha durante o roubo. Um quarto detido foi liberado após prestar depoimento.
O terceiro homem, Célio Dias, foi preso em flagrante por estar em posse de munição de calibre de uso restrito. Ele portava um carregador de fuzil contendo 31 projéteis de calibre 7.62 mm. A arma desse carregador pode ter sido usada no assalto.
De acordo com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Dias é investigado sob suspeita de ter oferecido logística para o transbordo da carga para outros veículos.
Investigação
Até a prisão do encarregado de despacho do aeroporto Peterson Pattrício, de 33 anos, que disse ter sido mantido refém pela quadrilha, a polícia já investigava a participação de alguém "de dentro" do aeroporto.
“A dinâmica do fato nos leva fortemente a crer que existe pessoas que conheciam a rotina de uma área restrita de um aeroporto internacional, de um terminal de cargas de um aeroporto internacional”, disse o delegado João Carlos Miguel Hueb antes da prisão.
Pattrício disse inicialmente à polícia que os criminosos o sequestraram no dia anterior ao assalto, e que mantiveram também sua família refém. Segundo o suspeito, foi assim que a quadrilha teve acesso a informações privilegiadas sobre a rotina no terminal de cargas.
Segundo policiais responsáveis pela investigação, Pattrício confessou que foi cooptado pelos assaltantes.
Em nota, a GRU Airport, concessionária responsável pelo aeroporto, disse que "todas as informações referentes ao episódio ocorrido no último dia 25, no Terminal de Cargas do Aeroporto, estão sendo repassadas à Polícia Civil, que está liderando as investigações".
A companhia acrescenta que "cumpre todas as normas internacionais e práticas de segurança pertinentes à segurança aeroportuária". (G1)