A gigante de mídia social TikTok anunciou neste domingo (6) que estava suspendendo a publicação de todo o conteúdo de vídeo da Rússia para manter seus funcionários em segurança e cumprir as novas leis sobre "notícias falsas" naquele país.

"À luz da nova lei de 'notícias falsas' da Rússia, não temos escolha a não ser suspender a transmissão ao vivo e novos conteúdos de nosso serviço de vídeo enquanto analisamos as implicações de segurança desta lei", explicou a empresa em comunicado, esclarecendo, porém, que seu serviço de mensagens não será afetado.

"Continuaremos avaliando as mudanças nas circunstâncias na Rússia para determinar quando poderemos retomar totalmente nossos serviços com a segurança como nossa principal prioridade", acrescentou a plataforma, que tem mais de um bilhão de usuários no mundo.

De acordo com um estudo da Insider Intelligence publicado esta semana, no final de 2021 o TikTok tinha cerca de 24,7 milhões de contas na Rússia.

O presidente russo, Vladimir Putin, sancionou na sexta-feira uma lei que prevê penas de prisão de até 15 anos para quem publicar "notícias falsas" sobre os militares russos, no momento em que Moscou ordenou uma invasão na Ucrânia.

A lei foi duramente criticada, mas Putin a defendeu alegando que o país enfrenta "uma guerra de informação" que exige medidas defensivas.

No Twitter, o TikTok se descreveu como "uma saída para a criatividade e o entretenimento que pode fornecer alívio e conexão humana durante um período de guerra, quando as pessoas enfrentam imensa tragédia e isolamento".

Em uma declaração mais longa em seu site, a plataforma disse que a guerra "devastadora" na Ucrânia, além de causar sofrimento generalizado em todo o país, "trouxe dor para nossa comunidade".

"E como plataforma, esta guerra nos desafiou a enfrentar um ambiente complexo e em rápida mudança, à medida que buscamos ser uma tela, uma janela e uma ponte para as pessoas ao redor do mundo".

O TikTok acrescentou que reconhece "o aumento do risco e do impacto de informações enganosas em tempos de crise" e está trabalhando para melhorar suas medidas de segurança.

AFP