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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou neste domingo (5) a ameaçar o Irã de ataques caso o país busque vingança pela morte do general Quassem Soleimani. No Twitter, ele disse que pode revidar "talvez de forma desproporcional" se algum americano for atingido pelo país persa.

    "Esses posts servem como uma notificação ao Congresso dos Estados Unidos de que se o Irã atacar qualquer pessoa ou alvo dos EUA, os Estados Unidos vão rapidamente e com toda a força atacar de volta, e talvez de uma maneira desproporcional. Esse aviso legal não é necessário, mas está sendo dado mesmo assim", escreveu.

Na véspera, Trump havia afirmado que os EUA têm 52 alvos iranianos na mira, "alguns deles de alto nível e grande importância" para o país. Ele enalteceu o poderio militar norte-americano e o investimento de US$ 2 trilhões em equipamentos do setor, e disse que pode atacar o Irã "com mais força do que nunca".

O exército iraniano respondeu dizendo duvidar que os EUA tenham coragem de executar as ameaças.

"Num potencial conflito no futuro, o que eu não acredito que eles [americanos] tenham coragem de realizar, vai ficar mais claro onde os números 5 e 2 vão se encaixar", disse o general Abdolrahim Musavi, de acordo com a agência iraniana Irna.

Pausa em acordo nuclear

Neste domingo, o governo iraniano afirmou em comunicado que seu trabalho de enriquecimento de urânio não respeitará mais o acordo nuclear de 2015, que limitava o nível de enriquecimento a 3,6%, e que sua produção não terá mais restrições.

Porém, o país persa afirmou que pode retornar ao acordo se as sanções impostas pelos Estados Unidos forem removidas e se seus interesses forem garantidos.

O urânio de baixo enriquecimento é usado para produzir combustível para reatores nucleares, mas, potencialmente, pode servir para a produção de armas nucleares.

Ataque no Iraque

Neste domingo, foguetes voltaram a atingir regiões de Bagdá, no Iraque, país onde ocorreu o ataque que matou Soleimani.

Dois caíram na Zona Verde de Bagdá, área fortificada que abriga a embaixada dos Estados Unidos e outras representações diplomáticas, e um terceiro atingiu o bairro vizinho de Jadryia. Seis pessoas ficaram feridas, segundo a agência Reuters.

Tensão crescente

A escalada recente de tensão entre EUA e Irã começou quando milícias apoiadas pelos iranianos dispararam mísseis contra uma base militar no Iraque. Os EUA responderam com bombardeios que deixaram 24 mortos em 29 de dezembro.

No dia 31 de dezembro, membros milícias iraquianas apoiadas pelo Irã invadiram o perímetro da embaixada dos EUA em Bagdá. Na ocasião, Trump acusou os iranianos de estarem por trás dos protestos.

A embaixada ficou sitiada por pouco mais de 24 horas. Os líderes das milícias pediram para que ela fosse liberada na quinta-feira (2), e a ordem foi imediatamente cumprida.

Na noite do dia 2 de janeiro, os EUA executaram no aeroporto de Bagdá, no Iraque, o ataque por drones que matou Qassem Soleimani, chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e um dos homens mais poderosos do país. (G1)