Alunos e professores do clube de ciências da E. E. Prof. Sebastião de Oliveira Rocha, de São Carlos (SP), foram selecionados pela Unesco para apresentar um projeto que busca minimizar os efeitos das mudanças climáticas na Cúpula do Clima (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes. O evento ocorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro e reúne autoridades de todo o mundo.
Pioneiro no mundo dentre as escolas públicas, o projeto dos estudantes do ensino médio mostra como o cultivo e biorremediação de microalgas, seres unicelulares que crescem em água doce ou salgada, é capaz de retirar gás carbônico da atmosfera e produzir 50 vezes mais oxigênio do que uma árvore em crescimento.
"Quando a gente pensa em sequestro de carbono a gente pensa nas árvores, nas plantas e não nas microalgas, nos microorganismos que já estão presentes ali. E elas têm um potencial muito maior nesse sequestro de carbono e na liberação do oxigênio", explicou a estudante Iara Berto Pena.
Como foi feito o experimento
Os estudantes colocaram amostras das microalgas em um aquário, as alimentaram com um tipo de ração e água ficou verde.
Durante a experiência no laboratório, luzes artificiais fizeram o papel do sol, ambiente perfeito para a fotossíntese das algas. O resultado foi um aquário produzindo 50 vezes mais oxigênio do que uma árvore em crescimento.
"A alga tem a função de capturar o gás carbônico da atmosfera, que é um poluente, e fazer fotossíntese, transformando então esse gás carbônico em oxigênio. O nosso aquário ele produz 50 vezes mais oxigênio do que uma árvore em crescimento. Então essa é a grande sacada do nosso projeto", explicou a professora de química, Mileni Oliveira.
De acordo com a diretora Lucinei Tavoni, a escola está trazendo um modelo de redução das mudanças climáticas, trazendo uma ação muito simples, que pode ser replicada em grande escala, visando um futuro sustentável. "É uma grande alegria. Emoção pura, alunos do ensino médio de uma escola pública do interior conseguir esse feito. Representar todos da escola pública em Dubai", disse.
Partiu Dubai!
A escola conseguiu recursos para levar os alunos e professores até a Conferência do Clima. Os custos ficaram em torno de R$ 160 mil. Agora, faltando 10 dias para a COP28, os alunos estão ansiosos para a viagem e exibição do projeto.
"A gente ficou super animado, super ansiosos. Na apresentação a gente quer mostrar o poder da escola pública. Que a escola já trabalha com essa sustentabilidade. A gente quer mostrar pro mundo que tudo é possível na escola pública", disse a aluna Giovana Dantas Klnpeldes.
"É mais do que um clube de ciências pioneiro. É mais do que uma escola. Nós estamos representando um país colossal do tamanho do Brasil, é a América Latina, é o sul Global", declarou o estudante Gustavo Batista.
EPTV