O inverno, que começa na próxima sexta-feira (21), deve trazer alívio para as temperaturas que têm se mantido acima da média. Segundo a Climatempo, a massa de ar seco instalada sobre o Brasil deve se estender até o os últimos dias do outono.

O Brasil está enfrentando um fenômeno chamado de veranico. São períodos de mais de quatro dias quentes no inverno ou no outono. Ao longo desses dias, a temperatura fica acima de média e o tempo se mantém seco, com poucos registros de chuva.

Segundo Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, o calor deve amenizar na transição para o inverno.

 

"A previsão é que, por volta do dia 23, no primeiro fim de semana da próxima estação, as temperaturas fiquem mais baixas", comenta o meteorologista.

Apesar da expectativa de frio nos primeiros dias de inverno, dias de muito frio não devem ser o padrão para a estação.

Segundo os meteorologistas, não são esperados extremos de frio ou calor, mas sim um equilíbrio entre os dois. Há uma tendência para mais dias com temperaturas mais elevadas que o normal, mas ainda assim períodos de frio ao longo da estação.

Temperaturas acima da média

 Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, explica que, de maneira geral, o inverno de 2024 terá temperaturas acima da média. O destaque fica para o final da estação, entre agosto e a primeira quinzena de setembro, período que pode registrar inclusive novas ondas de calor.

Ela destaca também que, apesar de serem esperado dias de frio, até mais gelados do que no ano passado, os períodos com temperaturas mais altas do que o normal vão predominar e ser mais longos.

Andrea Ramos, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) comenta que o mês de junho deve ser quente, ainda por conta da influência da massa de ar seco e quente instalada no país.

"Isso deve manter as temperaturas elevadas e a umidade baixa, ficando em torno de 25% em alguns pontos", analisa.

La Niña e a entrada de mais frentes frias

Com o fim no El Niño, fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico Equatorial, e a passagem pela fase neutra, há expectativa da instalação do La Niña no segundo semestre deste ano.

O La Niña ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Ele é estabelecido quando há uma diminuição igual ou maior a 0,5°C nas águas do oceano. O fenômeno acontece a cada 3 ou 5 anos. 

Para o Brasil, os efeitos clássicos do La Niña são:

Aumento de chuvas no Norte e no Nordeste;
Tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares;
Tendência de tempo mais seco no Sul;

Além desses efeitos, o La Niña propicia a chegada de mais massas de ar frio ao centro-sul do continente americano, afetando países como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e áreas do centro-sul do Brasil.

Com isso, Lucyrio explica que o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná devem receber uma maior quantidade de massas de ar frio no início do inverno.

Apesar disso, poucas dessas massas vão conseguir avançar para o interior do Brasil, incluindo as regiões Sudeste, Centro-Oeste e até mesmo partes do Norte.

"A partir de julho e agosto, a quantidade de massas de ar frio começará a aumentar gradualmente e se tornará mais perceptível", analisa o meteorologista.

A mudança deve ser mais evidente nos meses de julho e agosto, com mais dias com os termômetros registrando marcas mais baixas.

G1