Foto: SERGIO LIMA/AFP/Getty Images
São exatos 14 dias de governo e a gestão de Jair Bolsonaro (PSL) a frente da presidência da República já enfrenta seus primeiros desafios — e, junto deles, problemas. As redes sociais, fortes aliadas do presidente em sua campanha, são a base de um problema que parece afetar seus aliados: desconfiança.
Tudo começou com o acordo com Rodrigo Maia (DEM). O atual presidente da Câmara, que deve tentar a reeleição, contará com o apoio da bancada do PSL, partido de Bolsonaro. Acontece que, em sua campanha, o presidente prometeu não só romper com a velha política, como também não participar de negociatas, o famoso ‘toma lá dá cá’.
A proximidade com Maia e a negociação com velhos políticos por um cargo central deixou apoiadores de Bolsonaro de orelha em pé. No Twitter, vários criticaram o presidente em postagens que ele próprio fez. Ele próprio aproveitou a confusão para recitar uma publicação do perfil Coluna de Direita, que afirmava que “algumas pessoas têm de entender como se joga xadrez”.
Logo depois do “caso Maia”, Bolsonaro teve de lidar com aquele que talvez seja seu maior constrangimento até o momento: a promoção de Antônio Hamilton Rossel Mourão, filho do vice-presidente Hamilton Mourão, no Banco do Brasil. Funcionário há mais de 15 anos, ele foi escolhido como novo assessor especial da presidência do BB e teve seu salário triplicado de R$ 12 mil para R$ 36 mil.
Nos dias em que a polêmica se instaurou, Mourão defendeu a competência de seu filho, afirmando que a promoção se deu por conta de “mérito” e que não havia ocorrido anteriormente pelo fato de Antônio ser perseguido pelas gestões anteriores, do PT — durante o governo petista, o filho do vice foi promovido 8 vezes.
Nas redes sociais, o assunto repercutiu de forma extremamente negativa, com diversas críticas ao vice. Internamente, afirmam fontes, Bolsonaro se mostrou constrangido com a promoção, mas não tomou nenhuma atitude maior em relação ao caso.
Por fim, o porte de armas. Um dos principais pontos de Bolsonaro em sua campanha, ele tem sido extremamente cobrado nas ruas e redes sociais. E criticado também. Isso porque ocorreu uma divulgação da minuta do decreto elaborado pelo Ministério da Justiça no SBT e, a partir de então, diversas críticas a supostas mudanças.
Nas redes sociais, o movimento de “fúria” foi comandado por Bene Barbosa, presidente da ONG Movimento Viva Brasil e um dos maiores defensores da legalização do porte e posse de armas no país. Ele bateu boca com Eduardo e Carlos, filhos de Bolsonaro, via Twitter. Na discussão, o músico Roger, do Ultraje a Rigor, chegou a pedir que a mesma ocorresse no privado para “não dar munição à oposição”.
Fonte: AFP