O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, responsável diretamente pelo combate à epidemia de coronavírus, pediu demissão na manhã desta quarta-feira, informou o ministério.

Um dos homens de confiança do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Wanderson enviou uma carta a seus subordinados na manhã desta quarta avisando que não ficaria mais no ministério e que o ministro havia informado a seus auxiliares que seria demitido até o final desta semana.

Na reunião dos secretário esta manhã, Wanderson informou aos colegas que fica no cargo apenas até sexta-feira, com ou sem a demissão do ministro.

Na noite de terça, Mandetta reuniu seus secretários ao voltar do Palácio do Planalto e afirmou que seria demitido até o final desta semana. De acordo com duas fontes ouvidas pela Reuters, o anúncio do ministro não veio de uma conversa formal no Planalto, mas de um “feeling” sobre a sua situação.

No encontro, Mandetta foi aconselhado por alguns dos secretários a pedir demissão, mas o ministro se recusou e afirmou que iria esperar uma ação formal do presidente Jair Bolsonaro.

Wanderson é o primeiro a anunciar sua demissão, mas boa parte dos secretário devem sair com Mandetta, de acordo com duas fontes ouvidas. Em carta a seus subordinados, o secretário de vigilância avisou que não ficaria no ministério sem Mandetta e que o mandato do ministro no cargo já havia acabado, restava preparar a saída.

Do Planalto não há informações oficiais sobre a demissão de Mandetta. Ao sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse a apoiadores que iria resolver “a questão da saúde” para “tocar o barco”, mas não citou o nome do ministro.

Ainda está prevista a participação de Mandetta na tradicional entrevista no Planalto com atualização dos números da epidemia, no final da tarde.

Reuters