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Um trecho do Rio Tietê está irreconhecível na região Centro-Oeste Paulista. Um verdadeiro tapete verde se formou nas águas próximo a barragem da hidrelétrica que fica entre Iacanga e Ibitinga (SP) devido à proliferação dos aguapés nesta terça-feira (23). De acordo com o coordenador do curso de recursos hídricos da Fatec de Jaú, o fenômeno geralmente acontece em dias mais quentes, mas como estamos no inverno, a presença dos aguapés representa um desequilíbrio ambiental. 

“O fenômeno acontece quando tem muita matéria orgânica na água e os aguapés se reproduzem muito rápido, podem dobrar em menos de uma semana. Está ligado, por exemplo, à poluição do rio, já que o esgoto jogado sem tratamento na água vira nutriente, ou seja, vira alimento para o aguapé. Outro problema é a falta de mata ciliar em volta dos rios e reservatórios. Isso porque os fertilizantes e adubos químicos usados na agricultura são levados para água quando chove”, explica Jozrael Henrique Rezende. Ainda de acordo com o especialista uma das consequências é a mortandade de peixes. “Se uma grande parte ou todo o reservatório estiver coberto de aguapés, não tem penetração de luz na água, e dessa forma não ocorre fotossíntese e não tem produção de oxigênio na água, o que pode provocar a mortandade de peixes”, completa. De acordo com informações da Cetesb, o Rio Tietê recebe esgoto de uma população aproximada em 32 milhões de habitantes de cerca de 200 cidades. A matéria orgânica presente nesse esgoto também serve como nutriente, conforme ressaltou o especialista da Fatec, para a proliferação deste tipo de vegetação. Dessa forma, a Cetesb informou ainda que acompanha o trabalho dos municípios em investimentos no tratamento de seus esgotos .