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Iraci Parússolo de Oliveira, de 63 anos, morreu após cirurgia em São Carlos (Foto: Arquivo Pessoal)

Uma advogada aposentada de 63 anos morreu, nesta quinta-feira (7), uma semana após uma cirurgia para colocar um balão intragástrico para redução de peso, na Santa Casa de São Carlos (SP). A família de Iraci Parússolo de Oliveira diz que o equipamento estava com defeito e acredita em erro médico.

 


Um boletim de ocorrência foi registrado no 3º Distrito Policial de São Carlos. O hospital informou que vai apurar o ocorrido para que seja possível prestar maiores esclarecimentos sobre o caso. O médico foi procurado pelo G1, mas não foi localizado para comentar o assunto até a publicação.

 

Cirurgia
Segundo Sara Marino Sardi, filha da aposentada, o procedimento foi feito através de um plano de saúde no dia 30 de novembro. A paciente morava em Bauru, mas decidiu fazer a cirurgia em São Carlos pelo custo menor.

Em nota, a Unimed São Carlos informou nesta sexta-feira (8) que a paciente não era mais beneficiária do plano da cooperativa desde abril de 2017. "Portanto, não realizou o procedimento através do convênio", diz o texto.

O balão reduz a capacidade do estômago pela metade e provoca a perda de apetite e a saciedade, auxiliando no emagrecimento.

"Colocaram o balão, mas estava com problema e vazou o líquido azul de metileno no organismo dela. Na hora que o médico foi retirar o balão novamente não passou pela traqueia e deu asfixia e a parada cardíaca", explicou.

Sara ainda disse que o próprio médico disse que o balão estava com defeito. "Falou que estava problema, disse que não pode testar antes".


Possível erro médico
A mulher foi reanimada e encaminhada ao Serviço Médico de Urgência (SMU) da Santa Casa e, em seguida, à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu após 7 dias internada.

"Ele disse que foi uma fatalidade, que [o balão] não saiu porque a garganta dela era um pouco fina. Ele tinha que ter usado outros métodos. Eu sei de outros casos que não deram certo, o médico rasgou a barriga e tirou, não pela garganta. Ele errou. Ela ficou 40 minutos desacordada e deu complicação no cérebro", lamentou Sara.

A família pretende processar o médico e forneceu à polícia cópias de todos os relatórios e documentos de atendimento à vítima. "Eu vou denunciar para ele não fazer isso com mais ninguém", afirmou a filha.

"Ela estava bem de saúde, mas estava gordinha e o sonho dela era emagrecer. Como ela não queria fazer bariátrica ela foi para um processo mais simples e olha o que deu", lamentou a filha.

A Polícia Civil deve abrir inquérito para apurar o caso. O corpo de Iraci foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) e será enterrado em Bauru (SP), na sexta-feira (8).

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Cirurgia foi feita na Santa Casa de São Carlos (Foto: Reprodução/ EPTV)

 

Do G1