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A autônoma Cristina de Souza de 47 anos teria vários motivos para lamentar após o incêndio da última sexta-feira (1º), em Marília, que destruiu sua casa. Mas ao ter de volta são e salvo o gato de estimação encontrado nos escombros já desacordado e reanimado com uma máscara de oxigênio, a mulher só consegue agradecer a atitude do bombeiro que fez o resgate.

Cristina explica que o gato está bem e que apenas tosse um pouco à noite, talvez como efeito da quantidade de fumaça inalada. Após o resgate, o gato Julu foi levado a uma clínica veterinária, onde ficou em observação até sábado (2).

“A atitude do Fernando [bombeiro autor do resgate] foi incrível e maravilhosa. Na sala e no banheiro tive perda total, a cozinha e quarto foram atingidos pelas chamas, mas o principal, que era o meu gato, foi salvo, e é isso o que importa”, diz a autônoma.

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O sargento Marcos Fernando Alves, autor do salvamento, diz entender a aflição das pessoas em situações como essa — Foto: Ana Carolina Levorato/TV TEM

Cristina, que trabalha como artesã, perdeu praticamente tudo que tinha dentro da casa, inclusive seu material de trabalho. Ela ainda precisou deixar o imóvel alugado da Avenida João Ramalho para morar com a mãe. Para o lar provisório, ela já levou Julu, de oito meses, o gato a quem ela considera como “um filho”.

A mulher explica que adotou o Julu ainda filhote, quando ele estava numa caixinha de papelão sendo oferecido por uma mulher em frente a uma igreja. Ela diz que a opção pela adoção surgiu porque ele era “pretinho”. “As pessoas só querem gato branco de olhos azuis e sei que os pretinhos quase sempre ficam abandonados”, explica Cristina.

A artesã também elogia o sargento Marcos Fernando Alves por sua atitude de “psicólogo” durante os trabalhos de combate às chamas e de rescaldo na casa destruída.

“Ele soube nos tranquilizar diante da possibilidade de encontrarmos o Julu morto. Ele conversou com a gente, nos acalmou, porque sabia que eu não queria ver o pior. Acho que ele deve ter curso de psicologia”, brincou a mulher.

O sargento Marcos Fernando Alves explica que ao encontrar o gato desacordado e debilitado pelo excesso de fumaça inalada, decidiu usar no felino o cilindro de oxigênio que é projetado para ser usado em humanos.

Alves diz entender a aflição das pessoas em situações como essa e até pediu para que a mulher lhe enviasse fotos do gato para ele poder acompanhar a recuperação do animal que ele ajudou a salvar.

“A gente está sempre disposto a atender todo tipo de solicitação. A Cristina disse que o gato faz parte da família e eu sei que, apesar das perdas, ela ficou tranquilizada ao saber que o seu ‘filho’ estava vivo”, disse o bombeiro. (TVTem)