Do G1- Ao menos 50 casas ficaram destelhadas com a forte chuva de granizo que atingiu Caconde (SP) na segunda-feira (3). Apesar dos estragos, ninguém ficou ferido. O prefeito João Fellipe Muniz Basili (PSDB) disse que o temporal causou um "grande desastre". (veja abaixo como é a formação do granizo).
Moradores de de Santa Rita do Passa Quatro e Santa Cruz das Palmeiras também registraram queda de pedras de granizo. Em Mococa, choveu forte na segunda-feira.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), choveu cerca de 100 milímetros em 24 horas. O vendaval seguido de queda de granizo e chuva causaram estragos na cidade de pouco mais de 19 mil habitantes.
O temporal derrubou árvores e postes de energia elétrica que caíram sobre carros. Um produtor rural perdeu cerca de 40% da plantação de café.
De acordo com o último Censo Agropecuário, realizado em 2017, Caconde é o maior produtor paulista de café, com 13.958 toneladas anuais.
Após forte chuva de granizo, Caconde contabiliza prejuízos: 'grande desastre', diz prefeito
Limpeza da cidade
Na manhã desta terça-feira (4), equipes da Defesa Civil realizaram o trabalho de limpeza, enquanto os moradores calcularam os prejuízos.
“Foi um grande desastre, ainda estamos trabalhando, contabilizando os prejuízos, ajudando a população”, disse o prefeito João Fellipe Muniz Basili (PSDB).
De acordo com o prefeito, o abastecimento de água foi prejudicado por conta de quedas de energia. Com isso, as bombas pararam de funcionar.
Com a quebra de telhas, um hotel precisou realocar as pessoas que estavam hospedadas no local. A água da chuva invadiu casas e famílias perderam móveis e outros pertences.
Segundo a prefeitura, os moradores que precisam de ajuda podem procurar a Assistência Social ou o Fundo Social.
Formação de granizo
A meteorologista da Climatempo Carine Gama explicou que diversos fatores levaram à queda de granizo na cidade.
"Precisamos de dois ingredientes: temperaturas elevadas e muita umidade, que são favoráveis à formação das nuvens Cumulonimbus. Estavamos ontem com a atuação de cavados meteorológicos em vários níveis da atmosfera, a circulação, principalmente em altos níveis, superior aos seus 10, 15 km de altitude. Além disso, a própria topografia, que é um relevo muito acidentado e o calor em superfície, mais a aproximação de uma frente fria fortaleceram a formação de nuvens mais carregadas que provacaram temporais e uma chuva de granizo bastante intensa", disse.
Segundo Carine, a condição ainda é válida para esta terça (4). "Temos a frente fria na altura da costa do estado do Rio de Janeiro, um corredor de umidade e seguimos com instabilidade em praticamente todos os níveis da atmosfera, principalmente nos altos níveis. A circulação desses ventos tem favorecido o aumento das nuvens carregadas e de novo segue a possibilidade de queda de granizo", alertou.