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Os cerca de 1,8 mil trabalhadores da unidade da Embraer em Botucatu entraram em clima de apreensão após o anúncio de fusão com a gigante norte-americana Boeing. O temor é de que o acorda possa colocar em risco o emprego dos trabalhadores na cidade.

Ao mesmo tempo em que alguns trabalhadores acreditam que a fusão pode deixar a empresa mais competitiva, a falta de informações mais objetivas sobre os detalhes do negócio traz incertezas à categoria.

“Essa parceria pode deixar a empresa mais competitiva no mercado, mas até agora os detalhes estão muito confusos, não há informações sobre a questão dos empregos aqui no Brasil”, disse o mecânico ajustador Marcos Alexandre Barbosa.

No início do mês, Embraer e Boeing anunciaram um acordo preliminar para uma joint venture, uma forma de sociedade comercial, que propõe a criação de uma nova empresa que será responsável pelo desenvolvimento dos negócios e serviços de aviação comercial.

Um memorando assinado pelo presidente da Embraer informa que, com a fusão, a empresa americana vai ter 80% de participação na sociedade e a Embraer 20%.

No mês de maio, o Ministério Público do Trabalho (MPT) emitiu uma notificação à Embraer e à Boeing do Brasil recomendando que as empresas incluíssem, nos termos da fusão, garantias para a manutenção dos empregos no Brasil.

Nesta semana, porém, a Justiça do Trabalho negou o pedido, por meio de uma liminar. O Ministério Público do Trabalho pode recorrer da decisão.

“O Ministério Público do Trabalho não tem nada contra a fusão, mas a sua grande preocupação é a manutenção de postos de trabalho no Brasil. A empresa americana talvez não tenha a preocupação com a manutenção de empregos”, explica o procurador do MPT, José Fernando Maturana.

Para o Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e Região, que representa os profissionais da categoria, a fusão pode colocar os empregos em risco.

"Estamos contra a venda porque como a Boeing é uma empresa americana ela não garante nada. Na verdade, nem mesmo a Embraer deu garantias sobre essa questão do emprego”, afirma Fabiano José Roque, diretor do sindicato.  (TVTem)