"Tudo o que a pessoa faz volta pra ela um dia". O conhecido dito popular foi vivenciado em pouco tempo pelo operador de máquinas Fábio Kindler, morador de Garça (SP). No fim de semana ele perdeu a carteira com R$ 1 mil, correspondente ao salário de um mês de trabalho, durante uma festa na cidade. Mas a tristeza durou pouco tempo. Na segunda-feira (6), Fábio recuperou o objeto com todos os documentos e o dinheiro após um jovem ter encontrado a carteira e entregue a uma base policial.
Uma semana antes do susto, quem praticou esse gesto de honestidade foi o próprio Fábio.
Ele conta que encontrou uma carteira com R$ 400 e cheques no estacionamento de um supermercado e devolveu para o dono, acreditando que o bem que ele fazia para outra pessoa voltaria para ele.
“Semana passada eu também achei uma (carteira) e devolvi com todo o dinheiro para a pessoa. Acho que Deus vê tudo. Ele tocou no coração daquele rapaz e ele fez essa boa ação", afirma Fábio.
Quem “retribuiu” o gesto de Fábio foi o o jovem Júlio César Neves, de 24 anos. Apesar de estar desempregado há cinco anos, ele não teve dúvidas na hora que encontrou a carteira. "Na hora eu pensei: 'Talvez um pai de família, talvez desempregado, precise do dinheiro para pagar alguma conta. Tenho em que devolver'”, afirma.
O salário do mês todo estava na carteira do Fábio. Ele foi passear com a família e quando chegou em casa, se deu conta da perda. "Cheguei em casa, vi não estava, aí voltei lá para ver se conseguia achar, mas não consegui. Nem dormi naquela noite”, lembra.
A atitude do Júlio César surpreendeu até mesmo o delegado da cidade. "Foi bastante elogiosa a atitude desse indivíduo. Encontrou a carteira com R$ 1 mil e, demonstrando boa índole, acabou devolvendo. Mas, infelizmente, essa é uma conduta que raramente ocorre, quando devia ser rotineira", destaca Valdir Tramontini.
Fábio e Júlio se conheceram na porta da delegacia e o abraço de gratidão foi inevitável. "Era dinheiro para pagar conta, deu desespero na hora. Ia ficar conta sem pagar, tudo sem pagar, a maioria das contas", agradeceu Fábio. Júlio, mesmo desempregado, ficou feliz em ter feito o que achou certo. "Dinheiro tem que ser conquistado, não ganho. Senão for assim não é mérito meu, não tem valor."