O itapolitano foi matéria especial da revista 100% Caipira - Barretos no norte paulista por volta de 1900 sofreu uma grande geada e consequentemente um fogo de uma proporção indescritível, com a destruição das matas, as cinzas fertilizaram o solo dando origem ao capim nativo propicio para pastagens partindo daí a origem da criação de gado. Click aqui e veja matéria PDF da Revista 100% Caipira!
Em 1909 a ferrovia chega a Barretos consequentemente cria o primeiro frigorifico do Brasil em escala de exportação, municípios adjacentes a Barretos formam invernada de engorda de gado no intuito de abastecer o frigorífico desta maneira ouve necessidade de adquirir bois magros dos mais distantes locais aonde tivessem criadores, como no Triângulo mineiro, Goiás e Mato Grosso.
Estas boiadas no seu local de origem até o local de engorda era conduzida por terra, em viagens que as vezes duravam meses este sistema deu origem a um profissional cuja a única atividade era conduzir boiadas, “ o peão de Boiadeiro”.
Uma boiada de 1000 bois tinha a extensão de 500 a 800 metros, o que dificultava o senso de direção para os peões que vinham atrás. Um instrumento artesanal veio resolver este problema, “ O BERRANTE”. A buzina de caça ou cachorreira é usada pelos nobres europeus, foi muito difundida no Brasil, era feita de um chifre só.
Os peões adaptaram um prolongamento na mesma para ter um som diferente com mais potência e característica, assim nasceu o “BERRANTE”, não há registro e nem informação do primeiro berrante, sabe-se que foi na área do territó- rio Brasileiro entre o norte paulista, triângulo mineiro, Goiás e Mato Grosso.
Os primeiros berrantes foram feitos dos chifre do boi e detalhes em couro, os berrantes emitem sons graves e agudos, os berrantes chegavam a medir mais de 1,50 metros,hoje com a modernidade se faz os berrantes com alça do próprio chifre, ou de metal, substituindo o couro nas emendas e deixando couro só para adorno e correia para transportar o berrante.
O berrante é muito utilizado pelos peões de boiadeiro, na condução de boiada, todo sonho de peão é chegar ao concurso de berrantes de Barretos, lá são mostrados os 05 toques:
•1º: Saída é o toque da saída do pouso da boiada, um toque sereno para despertar a boiada,
•2º:Estradão é quando a boiada pega o corredor toque repicado que reanima a boiada no estradão, toque este semelhante a um soldado marchando.
•3º: Rebatedouro, é o toque de aviso, para que o peão fique atento, a uma boiada que se aproxima, é um toque de aviso de perigo é semelhante ao toque do clarim,
•4º:Queima do alho este é o toque do ponteiro avisando os peões que aproxima-se do almoço
•5º: Floreio, toque livre para diversão entre os peões.
Em Barretos na disputa do concurso de Berrantes dentro da queima do alho, a disputa não é para ver quem é o melhor berranteiro, ou o campeão, mas sim para mostrar a nossa cultura e a tradição, do nosso Brasil, tocado por vários peões de diversas regiões, não deixando nossa cultura morrer, por este motivo existe algumas escolas de berrantes para incentivar as nossas crianças, a pioneira é a do Luís Berranteiro do Haras Império, escola itinerante, que vai até os alunos ensinando a tocar o berrante.
Este instrumento bem tocado, tira lagrimas dos olhos de quem ouve, ele é envolvente, toca na alma de quem ouve ou mesmo o peão que executa o toque, ele deve ser tocado com sentimento e o som tem que ser limpo, curiosidades, o berrante sempre aproxima o bêbado da festa, a mulher mais bonita, e uma criança, existe uma magia um mistério no ar, berrante, berranteiro, cultura, folclore, saudades, paixão, emoção, os berrantes são executados em festas de peões, cavalgadas, TVs rádios, aniversário, casamentos, missas caipiras,queima do alho e até em velórios o berrantes são conhecidos por binga, chifre, e buzina, os berrantes tocados em locais abertos podem chegar a ser ouvido a 3 km de distância.
Os berrantes quando transportados são colocados nas costas através são colocados nas costas através de uma alça de couro como se fosse a tiracolo, e quando for o momento de descansar ele deve ser colocado como apoio no bico da bota, e não no chão, o berrante é seguro apenas com uma das mãos, o berranteiro é o ponteiro da boiada., a verdadeira função do ponteiro é cercar a boiada e conduzi-la no ritmo correto, para que a boiada mantenha a uniformidade durante a viagem.
Luís José de Abreu Ligi mais conhecido como “ LUÍS BERRANTEIRO “ Nascido em São Paulo, começou a tocar berrante aos 05 anos de idade na cidade de Itápolis, onde passava férias escolares, motivado pelas comitivas que por lá passavam rumo a Goiás. Aprendeu a tocar berrante com seu avô, JOSÉ ANTONIO DE ABREU O SEU Zé de Abreu administrador do matadouro de ITÁPOLIS, e influenciado por sua mãe, Zuê de Abreu uma apaixonada por berrante e música sertaneja.
A partir daí, foi se apresentando em vários shows acompanhando os principais artistas do mundo sertanejo e country.Foi escolhido entre os melhores berranteiros para recepcionar o ministro da cultura, Gilberto Gil, para a entrega do troféu Berrante de Ouro, em Barretos. Participou de diversos programas de televisão, entre eles: “Viola Minha Viola”, na TV Cultura, com Inezita Barroso; “Terra Sertaneja”, com Juliano Cezar da TV Bandeirantes e em diversos palcos como, Villa Country, Estância Alto da Serra, Sesc, Senac, Eletropaulo, Unimed Paulistana, Hospital Santa Helena, Viola Minha Paixão, Shows filantrópicos, foi matéria da revista Globo Rural, pequenas Empresas & Grandes Negócios,Antena Paulista, Domingo Espetacular, Queima de Alho de diversas comitivas, Participação noCD “ capital do berrante, comemoração “Cinqüentenário de Barretos” abertura de rodeios, “ SÃO LOURENÇO – MG, PIRACAIA –SP, BOM JESUS DOS PERDÕES – SP.
Todo mês de agosto se apresenta no Concurso de Berrante de Barretos como Juíz do Concurso. Luís é advogado criminalista e tem como paixão a criação de cavalos Haras Império. Toda a renda de seus shows é revertida para instituições de caridade. ‘. Seu slogan é “Faço o que posso, Deus me dá o que mereço”
INFO +
Site: www.luisberranteiro.com.br
Tel: (11) 7808-3404
Fonte: Sr. Armando Garcia Diretor do concurso de berrantes de Barretos
Matéria: Reprodução da Revista 100% Caipira