Cícero Barbosa dos Santos perdeu dinheiro reservado para pagar contas do mês após tirar celular do bolso. 

dinheiro

Ao chegar em casa em 23 de março, o pedreiro Cícero Barbosa dos Santos descobriu que havia perdido R$ 1 mil reservados para pagar as contas do mês. Ele bem que procurou pelas ruas por onde havia passado, em Serrana (SP), mas parecia tarde para tentar reaver a quantia. Santos não contava, no entanto, que a manicure Maria Rosivânia da Silva, que havia passado pelo mesmo local horas depois, não só encontraria o dinheiro como também estaria disposta a devolver.

Foi uma questão de tempo até que, por meio de um apelo feito nas redes sociais, ela soubesse a quem pertencia o valor.

"É como o dizer do outro: você não tem nada na vida, só tem o nome, o nome é tudo. Foi o que meu pai e minha mãe me ensinaram. Então eu aprendi a ser honesta", conta Maria.

No final de março, Cícero havia trocado no banco o cheque de um cliente por R$ 1 mil em espécie e seguia de moto para casa quando resolveu tirar o celular do bolso para atender uma ligação de sua mulher sem perceber que as cédulas tinham saído junto com o aparelho.

Somente quando chegou em casa e procurou as notas no bolso se deu conta do que havia acontecido. "Enfiei a mão no bolso pra pegar o dinheiro e não tinha mais nada, aí eu peguei e voltei correndo desesperado, procurei, mas não tinha nem como perguntar às pessoas, porque se perguntasse, se tivesse achado a pessoa não ia falar", diz.

A mulher do pedreiro, Aliene Gomes Martins recorreu às redes sociais e expôs a situação, na esperança de que alguém pudesse ainda devolver o dinheiro.

O apelo chegou ao conhecimento de Maria Rosivânia, que havia passado pelo local e encontrado a quantia. A manicure conta que achou que o dinheiro fosse falso ao ver a quantidade de notas espalhadas no meio da rua. "Pra falar a verdade achei que fosse alguma pegadinha", diz.

Ela confessa que, sem saber como encontrar o verdadeiro dono, se sentiu com vontade de ficar com o dinheiro, mas a consciência pesou e ela não gastou a quantia.

"Na hora que você acha, acho que não só eu, todo mundo, pensaria em fazer alguma coisa com o dinheiro, gastar, sei lá. Aí depois vi que não era meu. Se aparecesse a pessoa eu entregaria", conta.

Quando viu na internet o relato sobre o pedreiro e sobre o local onde ele havia perdido os R$ 1 mil, ela não pensou duas vezes e entrou em contato com a mulher do verdadeiro dono da quantia. A primeira conversa foi feita pelo marido dela.

Ainda assim, Aliene conta que desconfiou do ato de honestidade. "Fiquei em dúvida. Será que é um curioso? Será que alguém achou? Quando eu liguei e ele falou: minha esposa achou mil reais, aí meu coração acelerou", diz.

Para Santos, a devolução do dinheiro não só representou a garantia de contas pagas no mês como também a deixou uma sensação de que, apesar de raros, atos de honestidade ainda são possíveis de serem praticados.

De tão feliz, a família decidiu recompensar Maria Rosivânia com R$ 200 para ela compras os tênis que tanto queria. "Muita gente não devolve. Acho que de cada mil pode ter um, dois [que devolveriam], é meio difícil", diz. (EPTV)