Bebê ficou internada na UTI em Bauru antes de ser transferida (Foto: Silmara Gonçalves/ Arquivo pessoal )
Do G1 - A bebê Mabelin Gonçalves Pereira, que estava internada desde que nasceu, em Bauru, aguardando uma cirurgia no coração, morreu no último sábado (1º). Ela foi diagnosticada com uma cardiopatia congênita ainda durante a gestação e mesmo com o pedido judicial para que ela fosse transferida assim que nascesse para uma unidade especializada, a transferência só foi feita mais de uma semana depois do parto, que ocorreu no dia 18 de agosto.
Mabelin estava internada desde o dia 26 de agosto na Unidade de Terapia Intensiva do Incor, hospital especializado em São Paulo. A transferência da Maternidade Santa Isabel, em Bauru, para o hospital em São Paulo, só foi feita após quatro decisões judiciais, a primeira delas de 16 de agosto, dois dias antes do nascimento de Mabelin.
De acordo com a mãe, Silmara Gonçalves Pereira, a situação dela era grave e os médicos aguardavam que a saúde dela se estabilizasse para realizar a cirurgia, mas a bebê acabou não resistindo. "Além do problema no coração, ela estava com complicações no pulmão", contou a mãe.
Silmara conseguiu quatro decisões judiciais que determinam a transferência imediata da criança para um hospital especializado. A primeira decisão foi no dia 16 agosto, dois dias antes da Mabelin nascer. Um dia depois do parto, a juíza deu uma nova determinação: a internação urgente do bebê, nem que fosse na rede particular, com todos os custos pagos pelo estado.
Mas nenhuma das decisões foram cumpridas, deixando a espera da Mabelin sem hora pra acabar. "É desumano isso. Que mundo é esse que a gente vive onde o dinheiro vale mais do que a vida?", questiona.
Antes de conseguir a vaga no Incor, a Diretoria Regional de Saúde também tentou a transferência para um hospital particular, que também informou que não teria como receber a bebê. O estado chegou a recorrer da decisão da Justiça, mas por fim, a transferência foi feita no dia 26 de agosto, 8 dias após o nascimento de Mabelin. Desde então a família estava na expectativa para o procedimento, mas o estado de saúde da menina piorou, a cirurgia nem chegou a ser realizada.
* Com informações Luciana Teixeira/ TV TEM.