A Polícia Civil de Américo Brasiliense (SP) deverá ouvir, nesta sexta-feira (25), uma professora suspeita de incentivar alunos do ensino médio a agredirem uma colega na Escola Estadual Dr. Alberto Alves Rollo. O caso teria ocorrido na quarta-feira (23).

 

Em uma suposta conversa em grupo de WhatsApp, a docente teria perguntado quem iria bater na aluna. Professora e alunos chegaram a simular uma 'vaquinha' para pagar a quem cometesse a violência. A professora ainda diz que os adolescentes poderiam 'torar o cacete', referindo-se a uma agressão contra a colega.

Os pais da aluna e de uma amiga dela registram boletim de ocorrência por incitação ao crime, ameaça e injúria racial, pois a estudante também teria sofrido ofensas racistas por parte de colegas.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que a Diretoria de Ensino de Araraquara abriu processo de apuração para verificar a conduta da professora, que já não está mais em contato com os estudantes e a unidade escolar e que fará acolhimento às estudantes envolvidas, com assitência psicológica (veja o posicionamento completo abaixo).

Falta na chamada

De acordo com o delegado de Américo Brasiliense, Jesus de Nazaré Romão, as ameaças começaram após a estudante reclamar na diretoria da escola que ficou faltosa em uma aula que teria participado.

"Ela contou que foram ameaçadas pelos colegas do colégio, injuriaram ela pelo cabelo, pela cor que ela tem e a professora teria mandando alguns áudios incentivando essas ameaças”, afirmou o delegado.

 Segundo a estudante, ela estava com uma aula vaga e uma professora veio para substituir a professora que faltou. Como não teria sido assinalada a presença dela na aula, ela foi à diretoria questionar.

“Nesse momento, os alunos da professora teriam vindo contra ela para defender a professora, alegando que ela era dedo-duro, cagueta”, disse Romão.

Além da professora, deverão ser ouvidos a diretora, um inspetor e os alunos que estão na suposta troca de mensagens.

Incentivo à agressão

Em prints da suposta conversa pelo WhatsApp, a professora teria perguntado no grupo de outra sala do 2º ano: “quem vai bater naquela menina do 2B?”.

 Ela teria seguido pedindo para uma das alunas organizar a violência. Em resposta a um áudio de outro aluno, a professora teria respondido que deixaria os alunos escolherem, mas que poderiam "torar o cacete". Ao que um aluno teria respondido: “meio morta”.

Em outro momento da conversa, uma vaquinha é organizada e a professora diz que “já podemos fechar em R$ 30 para bater naquela menina”.

Segundo o delegado, os prints das conversas e os áudios ainda não foram entregues à polícia.

O que diz a Secretaria de Educação

Veja a íntegra da nota da Secretaria Estadual de Educação:

 A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo repudia todo e qualquer ato violento dentro das escolas e lamenta o fato ocorrido. A Diretoria de Ensino de Araraquara abriu processo de apuração preliminar para verificar a conduta da professora, que já não está mais em contato com os estudantes e a unidade escolar.

Em acolhimento às estudantes envolvidas, será ofertada assistência com Psicólogos na Educação, se autorizado pelos responsáveis. Os alunos que participaram do ato seguem em atividades remotas pelo Centro de Mídias SP, sem prejuízo no aprendizado.

A equipe regional do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar - Conviva SP será acionada para dar suporte à comunidade escolar e o caso foi inserido no Placon, sistema utilizado para acompanhamento de registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino.

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