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Com o inquérito concluído na semana passada e os últimos mandados de prisão expedidos na segunda-feira (12), em Ribeirão Preto, a Polícia Federal e o Ministério Público encerraram a primeira fase de investigações da Operação Sevandija com 31 denunciados que se tornaram réus no processo, entre secretários do governo Dárcy Vera, vereadores, empresários e advogados.

Coordenada pela PF em conjunto com o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, a Operação Sevandija apura fraudes em contratos de licitações da Prefeitura de Ribeirão Preto, estimados em R$ 203 milhões. Dos 16 presos até agora, quatro foram liberados.

Os envolvidos são investigados pela prática dos crimes de organização criminosa, crimes de fraude em licitação, corrupção passiva e ativa e peculato, que é desvio de dinheiro público por funcionários públicos. As denúncias foram encaminhadas à Justiça e acatadas pelo juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal.

Segundo as investigações -- divididas em três frentes, envolvendo o Departamento de Água e Esgoto (Daerp), a Companhia de Desenvolvimento Econômico (Coderp) e o pagamento de honorários advocatícios --, o secretário afastado da Administração, Marco Antônio dos Santos, era o articulador do esquema de desvio de dinheiro.

Na primeira fase, foram apreendidos R$ 80,5 mil, incluindo R$ 7,8 mil no quarto da casa de Marco Antônio dos Santos, que também tentou esconder R$ 40 mil na residência. Outros R$ 14,2 mil foram encontrados no gabinete do presidente da Câmara de Ribeirão, Walter Gomes (PTB), e R$ 18,5 mil foi achado com o advogado Sandro Rovani.

Por se recusar a responder 82 dos questionamentos feitos pela Polícia Federal durante a elaboração do inquérito e não colaborar com as investigações, Santos teve a prisão preventiva decretada na sexta-feira (9).

Rovani também teve a prisão preventiva expedida e a Justiça negou o pedido de prisão de Walter Gomes, por considerar que o vereador não oferece prejuízo às investigações.

A defesa de Santos não foi localizada para comentar o assunto. O advogado de Rovani, Júlio Mossim, informou que vai entrar com pedido de habeas corpus. Ele também representa o vereador Walter Gomes, que aguarda decisão de um pedido na Justiça para poder voltar ao cargo.

Todos os denunciados que ocupavam cargos públicos devem cumprir medida cautelar e estão suspensos das funções, para evitar que servidores e vereadores continuem tendo acesso "à cena do crime", segundo determinação da Justiça. (G1)