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DO JORNAL DE ITÁPOLIS- Uma cena vivida, uma ideia registrada na mente e em alguns minutos ela se materializa na folha de papel. E assim é criada a charge - ou história em quadrinhos - pelas mãos do pintor Elvis Santana, 38.

Elvis começou a desenhar ainda criança, quando reproduzia no papel cenas do cotidiano. “Eu estava na escola, aí acontecia um ‘lance’ e vinha a história na cabeça. Ai eu materializava ela em tirinhas. Hoje os temas amadureceram, mas ainda é assim. Só mudou o cenário”; brinca Elvis.

 

A ideia inicial desta reportagem era falar sobre o dia nacional das histórias em quadrinho, comemorado em 30 de janeiro.

Porém, após conversar com Elvis e observar alguns de seus trabalhos, a história virou outra (com perdão do trocadilho).

Apesar de gostar de desenhar e fazer charges, sua paixão é pintar muros. Através do grafitismo, ele transforma um local feio em arte. Com autorização dos donos do imóvel, o artista pintou diversos muros de Itápolis, como o que ilustra esta reportagem.

Para o dono do muro, o trabalho preserva o local. Aos transeuntes, um presente para os olhos. No lugar do velho descascado, a arte inunda a paisagem.

“O problema é bancar a pintura. Não é barato. Tem muito artista bom aqui em Itápolis, que desenha ‘pra caramba’. Mas, como eu disse, apesar da oportunidade de estarmos expondo nossa arte, o custo é alto e na maioria dos casos não dá pra gente bancar”; conta Elvis.

Muitas cidades - não só do Brasil, mas em diversos países do mundo - se renderam ao grafitismo como forma de renovar o visual das cidades e estimular a produção artística local. Para isso, desenvolveram projetos de apoio a arte. Em algumas delas, prefeituras apenas disponibilizam espaços públicos para os artistas desenharem e eles mesmos conseguiram patrocinio para fazerem as pinturas. Outras firmaram parceria com empresas privadas, que subsidiam todos os custos e, em contra partida, ganham fachadas renovadas com criatividade; e as cidades, um visual muito mais bonito e agradável.

Em algumas cidades, prefeituras ndesenvolveram inclusive oficinas de grafite para estimular jovens, principalmente de classe baixa, apresentando novas perspectivas e diferentes formas de expressão artística.

Seria, no mínimo, um presente para os olhos termos muros abandonados de Itápolis preenchidos com cores, sentimentos e criatividade dos artistas locais.

Confira abaixo, tirinha de Elvis feita especialmente para a reportagem do JI

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