Com diminuição drástica de repasses e despesa anual de cerca de 1 milhão e meio de reais, a entidade luta para manter seus alunos e espera apoio da prefeitura para continuar seu importante serviço prestado á sociedade

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Presidente da APAE mostra levantamento de gastos para 2017: Déficit deve girar em torno de 200 mil reais

Enquanto APAEs de diversas cidades do Estado fecharam suas portas devido aos inúmeros cortes nos repasses de verbas ás entidades, Itápolis manteve bravamente abertas as portas da Associação de Pais e Amigos do Excepcional, apesar das dificuldades financeiras.

Um dos golpes mais drásticos ocorreu em 2015, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) diminuiu de R$ 3.700,00 para R$ 700,00 ao ano o repasse aos alunos das APAEs com mais de 30 anos (o que dá aproximadamente R$ 58,00 por mês para cada aluno). A alegação de Alckmin foi de que pessoas com mais de 30 anos não “teriam mais nada para aprender”.  Em diversas cidades, alunos com essa faixa etária foram dispensados. Em Itápolis, mesmo passando por dificuldades, a APAE continuou a cuidar deles. São 48 alunos, com idade igual ou superior a trinta anos, que custam para a APAE cerca de 6 mil reais ao mês, computando somente o gasto com professores e monitores.

 “Nós não tivemos coragem de dispensá-los, pois sabemos que eles precisam daqui. Geralmente os familiares trabalham e não tem com quem deixá-los. Então, optamos por continuar a mantê-los aqui. Porém, está cada vez mais difícil”; explica Benedito Brás de Oliveira, presidente da APAE.

De acordo com Benedito, os valores repassados para a entidade foram diminuindo ano a ano e, segundo um levantamento minucioso feito pela diretoria da APAE, em 2017 o déficit da entidade irá girar em torno de 200 mil reais.

O presidente da APAE explica que o levantamento foi feito a pedido de um grupo de pessoas que iriam assumir a diretoria da APAE neste mês de março, já que o mandato da atual diretoria se encerrou em dezembro, e foi extendido pelo fato de não aparecer ninguém interessado em assumir a entidade.

“Após tomar conhecimento destes números, o grupo diz que não pretende assumir a diretoria, a menos que possa contar com apoio da prefeitura. Mesmo porque, não terão de onde tirar este dinheiro.O custo anual da APAE é de aproximadamente 1 milhão e quatrocentos mil reais. Nós viemos tocando, tocando, mas chega uma hora que se torna insustentável”; explica Benedito.

Ele discarta a possibilidade do fechamento da APAE. “Ela presta um serviço essencial para as pessoas com necessidades especiais e seus familiares”.

Porém, caso a APAE não tenha ninguém interessado em assumir a diretoria, ela pode vir a sofrer uma intervenção municipal, se assim determinar o Ministério Público.

Na próxima terça-feira, a diretoria da APAE e o o grupo interessado em assumi-la irão se reunir com o prefeito para discutir a possibilidade de o município disponibilizar recursos para auxiliar a entidade.