Borborema na próxima sexta-feira, 20/01, comemorará solenemente o dia de seu Padroeiro. Os borboremenses têm como patrono São Sebastião. Segundo a história ele teria nascido em Narbona, na França. Era filho de família cristã e nobre. Foi educado em Milão, na Itália. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima).
Para comemorar a data dos 110 anos de Fundação de Borborema e do inicio a devoção a São Sebastião, a Administração Municipal, estará rendo graças em uma bela celebração, que se realizará no sábado, 12 de maio de 2012, às 19h30min, na igreja matriz.
Hoje, São Sebastião, é considerado protetor da humanidade, contra a fome, a peste, a guerra e os inimigos da religião. Também é chamado o Apolo cristão, por ser um dos santos mais reproduzidos pela arte em geral. O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval, surgindo geralmente representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias flechas.Segundo escritos, em 298, alistou-se no exército romano com a intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Chegou a ser capitão da primeira corte da Guarda Pretoriana, era a guarda pessoal do imperador Diocleciano. Era respeitado por todos e apreciado pelo imperador, que desconhecia sua qualidade de cristão.
Apesar de cumprir a disciplina militar, Sebastião não participava dos sacrifícios idolátricos. Como bom cristão, exercitava o apostolado entre seus companheiros, visitava e alentava os cristãos presos por causa de Cristo. Seus atos cristãos logo foram denunciados ao imperador Diocleciano que o obrigou a escolher entre ser soldado ou seguir a Jesus Cristo. O santo escolheu a milícia de Cristo e, enfurecido, o imperador ameaçou-o de morte, mas São Sebastião manteve-se firme em sua fé.
No ano de 303, o imperador condenou Sebastião a morrer flechado e ordenou que os soldados o levassem ao estádio, despirem-no, amarrarem-no a uma árvore e lançarem sobre ele uma chuva de flechas, dando-o por morto. Entretanto, seus amigos que estavam ao lado, se aproximaram, e ao vê-lo ainda com vida, o levaram para casa de uma nobre cristã romana, chamada Irene, que o manteve escondido em sua casa e curou-lhe as feridas até que ficasse restabelecido.
Seus amigos o aconselharam a se ausentar de Roma, mas o santo negou-se completamente, pois seu coração ardoroso do amor de Cristo o impulsionava a continuar anunciando o seu Senhor. Apresentou-se com valentia perante o imperador e repreendeu-o com energia por sua conduta de perseguir os cristãos. Diocleciano mandou que o açoitassem até morrer e os soldados cumpriram desta vez sem erros a missão e atiraram seu corpo no esgoto de Roma, no dia 20 de janeiro de 303. Os cristãos o recolheram e o sepultá-lo junto de São Pedro e São Paulo.
Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu a partir do milagre ocorrido na solenidade do transporte das suas relíquias para a Basílica de São Paulo, fora dos muros. Naquele tempo, a peste vitimava muitas pessoas em Roma, mas a terrível epidemia desapareceu na hora daquela transladação. Este fato foi constatado em 1575, em Milão, e em 1599, em Lisboa, quando ambas as cidades ficaram livres da peste pela intercessão do glorioso mártir São Sebastião.
No Brasil, diz a tradição, que no dia da festa do padroeiro, em 1565, ocorreu à batalha final que expulsou os franceses que ocupavam a cidade do Rio de Janeiro, momento no qual São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os invasores franceses calvinistas.
Em Borborema a devoção a São Sebastião, foi trazida pelos primeiros moradores, oriundos de Boa Esperança do Sul (SP), onde aqui começou a ser venerado como São Sebastião dos Fugidos, fazendo alusão ao primeiro nome destas terras. Mas a devoção teve inicio oficialmente quando o Major José Claudino do Nascimento, em 12 de maio de 1902, doou vinte alqueires de suas terras, para a formação do Patrimônio de São Sebastião, sendo essa data considerada o inicio da devoção a São Sebastião e a fundação de Borborema.
Em 7 de outubro de 1944, Dom Gastão Liberal Pinto, veio a Borborema consagrar o belíssimo altar-mór de mármore de carrara, que abrigaria o grande padroeiro dos borboremenses, altar este doado pelo Capitão Sebastião Claudino, filho do doador do Patrimônio o Major Claudino. No dia 12 de janeiro de 1964, chegava a Borborema uma relíquia do Santo, trazida de Roma por Dom Ruy Serra, como um presente para a comunidade, ela foi esperada na entrada da cidade com a presença de autoridades, de inúmeros borboremenses e de uma corporação musical de Itápolis (SP). Infelizmente no assalto ocorrido na igreja matriz em 27 de fevereiro de 1975, o belíssimo relicário e seu conteúdo foram levados.
Devoção a São Sebastião de Borborema completará 110 anos
Texto: Com. José Commandini Neto
Jornalista Profissional