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Um mês depois da tragédia que abalou a cidade, moradores de Borborema se reuniram na quinta-feira (27) para celebrar uma missa em memória das 13 pessoas que morreram no acidente entre o ônibus de estudantes e o caminhão na SP-304. As homenagens tomaram conta da paróquia São Sebastião.
Com camisetas, famílias faziam preces e choravam pelos mortos. A oração se tornou rotina para a maior parte dos parentes e amigos das vítimas do acidente, jeito que eles encontraram para tentar superar a dor e a saudade. “Eu sigo na minha caminhada ajudando meus pais e amigos que também perderam entes queridos. É preciso se unir e rezar muito para que a gente consiga se levantar”, diz a mãe de uma das vítimas, Valdirene Francisco.

Um mês depois da tragédia, a comoção ainda toma conta da cidade. "Existe uma ferida e um a saudade muito grande no coração que precisam ser superadas. Nós estamos rezando pelas vítimas daquela tragédia e também, ao mesmo tempo, que traga a cura e um pouco de paz para quem ficou na terra", comenta o padre Pedro de Celso Gardini.

Depoimentos
A Polícia Civil começou a ouvir nesta quinta-feira (27) os sobreviventes do trágico acidente entre um ônibus com estudantes e professores de Borborema que voltavam de uma excursão a São Paulo e uma carreta carregada com óleo vegetal. Quinze pessoas foram ouvidas hoje em três salas de depoimentos por quase duas horas. A exato um mês após a colisão na Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira em Ibitinga, as pessoas que sobreviveram lembram pouco do acidente. Segundo os estudantes que conversaram com o G1 antes de prestar o depoimento na delegacia de Borborema, a maioria dos passageiros do ônibus estava dormindo no momento da colisão.

“Eu estava dormindo desde a última parada e só acordei com o estouro e logo depois desmaiei. Só quando me recuperei comecei a ajudar os amigos. Às vezes eu penso que eu não estava lá, fico revendo cena, como se fosse filme”, afirma a estudante Bianca Alves de 18 anos. A jovem teve ferimentos e ficou internada em Ibitinga após o acidente. Treze pessoas morreram e outras 27 ficaram feridas na colisão, sendo que 24 foram hospitalizadas.

A estudante Raissa Carla Boaro também aguardava para prestar depoimento na delegacia na manhã de hoje. A jovem de 17 anos estava com o namorado, o jornalista Gustavo Teixeira, e os dois também estava dormindo na hora da batida. “Só lembro que acordamos com o barulho e quando percebemos o que tinha acontecido, quebramos o vidro da janela para tentar sair”, lembra. A jovem também disse que os bombeiros ajudaram os dois a sair do veículo.

Quinze pessoas, a maioria estudantes da Escola Estadual Dom Gastão Liberal Pinto de Borborema, foram ouvidas nesta quinta-feira. Muitos estudantes chegaram a delegacia depois das 9 horas, a maioria acompanhada dos pais. Um mês após o acidente o sentimento deles ainda é de muita tristeza. A estudante Karolene Silva ainda se recupera dos ferimentos. A jovem de 17 anos ainda está com uma tala no pescoço e sente muitas dores. “Ainda estou aguardando para fazer exames, como a ressonância”, conta.

Os depoimentos começaram por volta das 10h30 e a primeira a ser ouvida foi a estudante Taluana Ananda de Souza. Apesar da informação inicial da polícia de que o delegado Carlos Alberto Ocon, responsável pelo caso, iria pessoalmente ouvir os sobreviventes em Borborema, os depoimentos foram colhidos por dois escrivães de Ibitinga e pelo delegado de Borborema, Edson Martins Gonçalves . "As testemunhas foram ouvidas por carta precatória e agora as informações serão enviadas para a delegacia de Ibitinga para continuidade das inevstigações", explica.

O G1 acompanhou os depoimentos e as vítimas são questionadas sobre o que elas lembram do acidente. A maioria respondeu que estava dormindo no momento da colisão e não viu como foi o acidente.

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