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por Karina Cardili-Reportagem RN- Teve início na noite desta segunda-feira, 19, a 17ª Semana Acadêmica, promovida pela Faculdade de Itápolis (Facita). O evento, que é aberto ao público, acontece a partir das 20 horas e termina na sexta-feira com o lançamento da Revista Múltiplas Faces da Região (veja programação abaixo).

Com o tema, Inclusão: Um Olhar sob Diversos Aspéctos, a Semana tem como objetivo mostrar a importância da Inclusão - em seus mais diversos aspéctos- no desenvolvimento da sociedade. “Aplaudo a iniciativa de vocês pois este é um tema de extrema importância, que carece de muitas discussões. Estamos engatinhando neste aspécto, quando deveríamos estar ‘voando’”; disse a Secretária de Educação de Itápolis, Maristela Gallo Romanini, uma das palestrantes da semana.

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“Falar sobre inclusão é muito mais do que um debate técnico, é um debate ético e político. Precisa haver uma mudança de paradigmas. Não sabemos ainda lidar com o conceito de diversidade. A diversidade é a maior beleza do ser humano. Na escola temos que começar a ensinar nossas crianças a olhar e respeitar a diversidade, quando ainda estamos olhando para a homogeneidade. Na Secretaria de Educação começamos a dar os primeiros passos para tentar uma mudança. Nossos professores já começaram o trabalho de formação continuada e temos uma professora na rede que trabalha com educação especial, que está coordenando os professores a respeito do tema. Para todas as nossas crianças que tem algum tipo de deficiência, temos um estagiário para assistir. Claro que ainda não é suficiente. É um paleativo. Mas é um início. Precisamos de uma mudança mais efetiva, uma mudança social. Precisamos mexer nas concepções de todos que estão trabalhando com educação, pois se queremos uma sociedade diferente, a educação é o ponto inicial para extinguirmos os preconceitos. Temos um caminho longo, dificil, mas necessário, para atingirmos esta mudança, para construirmos uma sociedade que aceite as diferenças. E a escola pode a contribuir muito com isso”; afirma Maristela

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A professora Gláucia Bertelli dos Reis, supervisora da Diretoria de Ensino de Taquaritinga, que também participou dos debates, disse que o preconceito - seja ele de gênero, étnico, social, é histórico e só através da conscientização é que conseguiremos nos livrar de suas amarras. “Quando falamos em inclusão, estamos tentando destruir construções históricas de uma humanidade diversa que nós somos. Quando falamos em inclusão, falamos sobre diversidade. A diversidade é natural. Todo ser humano é diverso. Cada um com suas habilidades, características genéticas, éticas, sexuais. Precisamos ter consciência disto para que possamos promover a inclusão, em todos os aspéctos. O conceito de desigualdade é histórico. Viemos de uma sociedade historicamente preconceituosa. Se hoje há a necessidade de inclusão é porque nossos antepassados promoverão a exclusão do ‘diferente’. Antigamente, crianças com deficiência eram mortas ou presas em casa para não serem vistas. Negros foram escravizados. A mulher tinha seus direitos podados. Ela não podia votar. Não podia trabalhar. As crianças eram tratadas como ‘propriedades’ da família. Só estudavam as de família rica”; diz Bertelli, que acredita que ainda há muito o que progredir. “Hoje, muitos direitos foram conquistados através de movimentos sociais. As mulheres, por exemplo, podem votar, podem ocupar cargos onde antes só homens eram aceitos. Porém, ainda há muito preconceito. Nossos salários são mais baixos que o dos homens. Ainda há cargos onde mulheres não são aceitas. Ainda há violência doméstica contra a mulher, que não é mostrada devido ainda a essa nossa herança cultural.
Percebam que inclusão é um assunto extremamente amplo e é uma parcela minima que não precisa lutar contra inclusão. Quantos travestis, por exemplo, há nas escolas? Eles chegam na universidade ou são excluidos? Porque a maioria trabalha em mercados onde não precisa diploma? Então temos que lutar contra esse preconceito. Mas como se luta contra isso? Um caminho, como já disse, são os movimentos sociais, que alertam as pessoas para as necessidades das inclusões e outro são as legislações, que, após pressão dos movimentos sociais, acabam sendo criadas para garantir direitos a estas classes excluidas”. Ela alertou ainda que “Hoje vem surgindo no Brasil e mundo movimentos anti-democráticos tentando destruir algumas conquistas. Fico feliz pela Facita estar fazendo essa semana com um tema tão importante como este, em um momento em que é extremamente necessário debater esses preconceitos que geram a exclusão”.

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Também participaram da noite de abertura a assistente social Maria Aparecida Bortolucci Ferrari, a psicopedagoga Janaína Gonçalves dos Santos, a fonoaudióloga da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Maria Cristina Zuliani e Luis Haroldo Dore, que também discorreram sobre a importância da Inclusão. (click e confira as fotos da abertura).

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Programação da Semana