Do g1- A quinta e última vítima da tragédia que matou uma família de Sumaré (SP) no Rio Tietê foi sepultado às 10h desta terça-feira (27). Kervellin Wallace da Silva, de 29 anos, era pai das duas meninas, de 3 e 9 anos, e esposo de Cynthia Silva dos Santos, de 25 anos. Elas foram enterradas nesta segunda (26).
A mãe do rapaz, Denise Aparecida Dias da Silva, de 51 anos, também não resistiu. O velório delas foi coletivo em uma escola de Sumaré, e o sepultamento foi no Cemitério Municipal da Saudade.


O corpo de Kervellin ainda estava no Instituto Médico Legal (IML) de Jaú (SP) até esta segunda; foi liberado somente no fim da tarde e encaminhado ao mesmo cemitério onde está a família. Todas as vítimas se afogaram em um poço no rio na véspera do Natal. Relembre o caso no vídeo abaixo:

O sepultamento foi agendado após uma breve despedida dos familiares às 9h, segundo a funerária. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso. Laudos foram solicitados, e sobreviventes e testemunhas deverão ser convocados para depor.

Quem são as vítimas

    Kervellin Wallace da Silva, 29 anos, pai
    Cynthia Silva dos Santos, de 25 anos, mãe
    Emily Camile Dias da Silva, 3 anos, filha do casal
    Nicolly Luize Dias da Silva, 9 anos, filha do casal
    Denise Aparecida Dias da Silva, de 51 anos, mãe de Kervellin e avó das crianças. No caso de Kervellin, não deve haver velório e a previsão é que o sepultamento ocorra na manhã desta terça (27)

Família morre enquanto brincava na água do Rio Tietê, no interior de São Paulo, na véspera do Natal — Foto: Arte/g1

Avô sobreviveu

Sobrevivente da tragédia, Manoel de Oliveira, marido de Denise, relatou que todos brincavam na água, na tarde de sábado (24), quando caíram em uma espécie de "poço" dentro do Rio Tietê.

Eles possuem um rancho entre Dois Córregos (SP) e Mineiros do Tietê (SP), e a expectativa era passar as festas de final de ano no local.

    "Está difícil acreditar no que aconteceu. Você ver pessoas pedindo socorro, e não conseguir. Foi muito rápido, todo mundo encobrindo [pela água]. Estávamos brincando, água na cintura, crianças no colo. Era tipo uma praia, ventando um pouco. Não tinha um metro, um metro e vinte um do outro. Assim que afundamos, minha esposa tentou me dar a mão e empurrar a menina. Tentei tirar, mas não consegui. Só eu que sai", contou.

Sobre o poço em que todos caíram dentro do rio, uma área mais profunda, Manoel contou que não havia nenhum aviso sobre o perigo. Ele narrou que após a tragédia moradores teriam afirmado que havia uma placa dentro da água.

    "Disseram que tem um aviso, mas tá encoberto pela água. Talvez devido a época de chuvas. Mas se tivesse um aviso, teria de estar do lado de fora. Foi questão de segundos. Uma hora estava todo mundo junto, na outra não tinha chão para ninguém", reclama.

O sobrevivente ainda lamentou que apesar de se tratar de uma época movimentada, por conta das festas, de que não havia nenhum barco ou moto aquática próximo que pudesse ajudar no resgate.