70 barris enferrujados e abandonados com material contaminado estão vazando no solo e rio Tietê poderá ser contaminado

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A Usina Hidrelétrica de Ibitinga começou a operar em 24 de abril de 1969. Ao seu lado, às margens do rio Tietê foi construída a Pousada da CESP, para abrigar os trabalhadores da Centrais Elétricas de São Paulo S.A. Ao longo do tempo tornou-se referência turística chegando a receber autoridades, como governadores, senadores e até presidentes da república. A antiga Pousada "Cesp", de aproximadamente 40 alqueires, retratava a história de Ibitinga, e contribuiu para elevar o nome do município a estância turística, na qual projetava a fauna e flora de formas harmoniosas, bem como um dos pontos turísticos mais visitados em nossa cidade.

A Pousada que era o orgulho do município, foi privatizada em 1997. A empresa americana AES Tietê, que adquiriu diversas Usinas Hidrelétricas em todo o Estado, inclusive a Pousada da "Cesp" de Ibitinga, chegou a ser terceirizada para outras empresas do ramo hoteleiro, mas não tiveram êxito. Abandonada e jogada ao descaso foi vítima de um incêndio de grande proporção em 22 de agosto de 2011. A causa do incêndio, criminosa ou não, ninguém sabe. A partir deste incidente, o local virou uma “POUSADA FANTASMA”.

Mesmo sendo cobrada pela imprensa, principalmente pelos microfones das emissoras do CCPR, a AES Tiete se manifestou sobre o assunto, afirmando apenas que o local era de propriedade particular, deixando notória a preocupação meramente comercial, desmerecendo a importância e os atrativos que a natureza presenteou para aquele lugar, que poderiam beneficiar pessoas ou favorecer a fauna e flora, através de projetos sociais que promovessem sustentabilidade com práticas ecológicas.

DENÚNCIA
Através de uma fonte jornalística denunciando que o local ou que a pousada estava servindo de depósito de lixo contaminado, o repórter Duílio Galli foi até lá investigar, já que as instalações ficam às margens do Rio Tietê. Filmando todo o local, entre os seus 40 alqueires, atrás de uma das construções avistou um buraco aberto de média proporção. A finalidade do mesmo é desconhecida. Talvez sirva para enterrar material contaminado. Próximos do buraco estão 70 barris de porte grande, expostos ao tempo, com dizeres estampados e expedidos pela Defesa Civil e do Meio Ambiente, porém vencidas desde 2009. Os mesmos têm como descrição: “Atenção: Resíduos Perigosos - Material: terra contaminada. Produto Tóxico. Manusear com cuidado. Destino: Pousada da Cesp de Ibitinga. Empresa Responsável: AES Tiete. Caso encontre este material acionar com urgência a Defesa Civil ou Órgão Responsável do Meio Ambiente”.

Enferrujados pelo tempo, alguns dos barris estão vazando com seus excrementos, atingindo o solo e provavelmente ocorrendo à contaminação não só do terreno, do Rio Tietê e até mesmo do Aqüífero Guarani. Duílio Galli ainda reportou todo o local e constatou o abandono geral e perigoso da antiga pousada. Piscinas abandonadas e com águas de chuvas repletas de larvas servindo de criadouros de mosquitos e insetos, animais peçonhentos de todas as espécies, construções precárias já demolidas pelas intempéries do tempo e o mato tomando conta de tudo.O que era lazer e bem estar a população tornou-se um barril de pólvora pronto para explodir. As conseqüências podem ser desde um desastre ecológico, até contaminação do homem. Entretanto, providências imediatas pelas autoridades competentes devem ser provocadas, acionando desde órgãos de fiscalização, bem como o monitoramento da área.

A reportagem do CCPR está tentando contato com a AES Tietê para um pronunciamento sobre o assunto, bem como providências dos órgãos fiscalizadores ambientais para uma devida visita ao local. 

Do Portal Ternura