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Palhaços, de Timochenco Wehbi - Com texto de dramaturgo Timochenco Wehbi (1943 – 1986), Palhaços estreou no Parlapatões, ficando 2 meses em temporada. Em julho, realizou nova temporada, no Porão do Teatro Sérgio Cardoso. Participou também do 10º Festival Paulista de Circo, em Piracicaba, que aconteceu em setembro.

O espetáculo conta com direção de Marcio Vasconcelos e atuação de Antônio Netto e Sérgio Carrera, além do sanfoneiro João Soran. O projeto é uma realização da Cia das Artes e da Cia Pompa Cômica.

A trama se passa no intervalo de apresentação do palhaço Careta (Antônio Netto) que recebe em seu camarim a visita de um espectador, Benvindo (Sérgio Carrera), um vendedor de sapatos encantado com a performance. Se aproveitando da extrema inocência do visitante, o palhaço Careta expõe as dificuldades e dores de ser um artista, e estabelece um jogo de faz de contas para que Benvindo perceba o sentido de sua própria vida, condicionada aos padrões estabelecidos pela sociedade.

A peça fala sobre a condição humana ao expor os dois lados de um mesmo tipo de fragilidade: a desilusão frente à exploração social somada à uma insciência desta. Nesta versão, a obra de Timochenco Wehbi, ganha um novo integrante: o sanfoneiro.

Este personagem, em meio às músicas, caminha entre as histórias de Benvindo e o palhaço Careta, conduzindo a dramaturgia em um labirinto entre ficção e realidade. A montagem traz elementos que ajudam a trazer a atmosfera do picadeiro para o palco com artistas circenses que fazem números de clown, malabares, mágica.

“O espetáculo é uma metalinguagem na questão da dificuldade de se viver de arte pelo país. O texto é um contraponto ao abordar o universo dos artistas, que mesmo diante de muitas barreiras, fazem o que mais gostam na vida. E também representa o mundo em que as pessoas seguem os costumes ditados pela maioria”, fala Carrera.

O ator viveu uma situação contrária de seu papel na vida real ao desistir da carreira médica e optar pela vida artística. “Definitivamente, trabalhar com arte no Brasil é resistir. Já meu personagem Benvindo abriu mão de seus anseios ao entrar para todos os padrões possíveis”.

“Um dos maiores trunfos do texto é fazer um jogo em que nos perguntamos quem é o palhaço de quem durante o encontro entre os personagens. Expurga os conflitos internos, coloca uma outra face do palhaço, além do picadeiro. Em cena, um é complemento do outro”, diz Netto.

Assim como o dramaturgo, Netto também nasceu em Presidente Prudente e sua atuação no espetáculo Palhaços na cidade natal foi um fator determinante para sua chegada em São Paulo e continuar sua carreirano início dos anos 90. Os dois atores têm uma longa trajetória de parceria nos palcos, pois já trabalharam juntos em duas montagens da comédia musical Bar D’Hotel e no espetáculoDe Um Dia de Pierrot ao Curto-Circuito, obra também de Timochenco Wehbi.

“Timochenco Wehbi é um dramaturgo extremamente significativo, contendente, transgrediu a época em que vivia. Estava inserido na era da contracultura, um momento de ebulição na sociedade. Questões que não passaram em branco e ficaram refletidas em sua obra. Era uma pessoa apaixonada pelo circo e acompanhou bem as famílias que viviam dessa arte pelo interior”, diz os Netto.

FICHA TÉCNICA:
Direção Geral: Marcio Vasconcelos. Assistente de Direção: Jair Aguiar. Iluminação: Agnaldo Nicoleti e Will Damas. Cenário e Figurino: Marcio Thadeu. Cenotécnico: Diego Dac. Costura: Duda Viana e Suellen Souza. Operação de Luz: Aline Prado Elenco: Antonio Netto e Sérgio Carrera. Músico: João Soran Artistas Circenses: Fábio Moreira, Victória Marcelino, Newron de Freitas, Wilson Leonardo e Paulo Barros (preparador e stand in). Produção: Cia das Artes e Cia Pompa Cômica Assistente Geral: Aline Prado. Realização: Cia das Artes e Cia Pompa Cômica. Fotografia: Alexandre Diniz. Assessoria de Imprensa: Renato Fernandes.

 

Fonte: Divulgação