Secretário de Educação foi criticado severamente. Vereadores se colocaram ao lado das mães e professoras

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As mudanças de procedimentos nas escolas geridas pelo município no início do ano letivo levaram os vereadores a convocar o secretário de Educação, Ruy Marchesi, para prestar esclarecimentos ao Legislativo em audiência pública.

 

O debate, que aconteceu na noite de terça-feira (11), não contou com a presença do secretário, que alegou compromissos prévios para não ir à Câmara. Em ofício endereçado ao presidente, Marchesi se comprometeu a prestar esclarecimento aos vereadores em outra data, assim que se municiar de dados que estão sendo coletados por uma comissão técnica que está vistoriando as escolas municipais.

A audiência

A despeito da ausência de Ruy Marchesi, mães de alunos e professoras não pouparam críticas aos atos do secretário e ensaiaram brados de “fora Ruy” em cada discurso mais inflamado.

A primeira reclamação foi o atraso de uma semana para início das aulas, sem prévio aviso aos pais.

O protesto mais intenso incidiu sobre a não atribuição dos berçários aos professores PEB I. Com isso, os monitores de creche cuidam dos recém-nascidos, ao passo que os professores respondem integralmente pelas classes com alunos até cinco anos.

O problema é que, na maioria dos casos, apenas um professor tem de cuidar de classes com vinte ou mais crianças.

A rotina das EMEIs impõe cuidados aos alunos como levá-los ao banheiro, manutenção da higiene, alimentação e hidratação. “Tenho pena das professoras, não é possível para elas dar conta de mais de 20 crianças tendo de fazer o trabalho das monitoras”, lamentou uma mãe.

 

Casos específicos como falta de banho e higiene nas crianças foram relatados pelos pais, que absolveram e reconheceram o esforço dos professores em face da situação.

Uma monitora relatou ameaça de Ruy Marchesi de demissão por justa causa se uma estagiária cuidar sozinha de uma criança. “Estamos dando o nosso máximo, o nosso melhor, mas vamos ver o que vai acontecer daqui a um mês”, projetou uma monitora.

Uma professora descreveu as condições precárias da EMEI “Mundo Pequenino” em que quatro crianças dividem dois colchões. “É desumano”, considerou.

Problemas estruturais da EMEI “Lóide Portolani” e a pobreza da merenda escolar em toda rede (composta de apenas arroz branco e almôndegas no início da semana) foram denunciados também pelas professoras.

“O Ruy não tem competência, não entende do assunto”, resumiu outra docente.

Os castigos ao secretário foram maiores por parte dos vereadores.

“Se o Ruy fosse coisa boa, estava lá em Araraquara. Temos que pegar o peixe grande, que é o prefeito, que foi ele quem trouxe o Ruy para cá”, disse Mauro Guerra (PTB).

“Junta sua mala e vai embora, se não tiver competência para responder as questões levantadas” recomendou o vereador Gustavo Oliveira (PR) ao secretário.

Avelino Cunha (PT) destacou a vida pregressa de Ruy Marchesi na cidade de Araraquara e disse ter pena das crianças de Itápolis. O vereador anunciou que fará um documento pedindo a saída do secretário.

Edmércia Micheletti (PSB) se colocou à disposição das professoras para participação em comissão para revisão e ajustes no plano de carreira da categoria.

Vanderlei Araújo (PSDB) expressou solidariedade às mães e professoras.

Engenheiro Irani Biazotti (PMDB) propôs elaboração de ofício pedindo ao prefeito solução de todos os problemas da Educação.

Lé da Muleta (PTB) manifestou apoio às mães e professoras.

“Se tiver que organizar uma paralisação, estou junto”, comprometeu-se Lourival Tomé (PR).

O presidente Guto Biella (PV) destacou a coragem das mães e professoras ao dizerem o que pensam e valorizou a luta em favor das crianças. “Voces são as protagonistas, as heroínas”, classificou.

Jornalismo – Câmara Municipal