Do G1 - Preocupados com os frequentes acidentes, moradores de Taquaritinga (SP) realizaram um abaixo-assinado para melhorias na Rodovia Nemésio Cadetti. Segundo eles, o pior trecho é um dos acessos à cidade, conhecido como Trevo da Peixe.

 

Em dois dias, cerca de 300 pessoas apoiaram a iniciativa e o documento foi entregue às autoridades em São Paulo (SP).

“Esse documento está junto com a Artesp, com todas as matérias, os acidentes leves e com vítimas fatais, o número de vítimas que já houve aqui. Queríamos mobilizar as autoridades por um radar, um redutor de velocidade”, diz a empresária Maria Azevedo.

O metalúrgico Paulo Rico passa no local todos os dias e já diz já ter visto vários acidentes, inclusive com colega de profissão.

“Tenho que parar e prestar bem atenção. Mesmo que não tenha carro passando, você tem que parar e olhar duas ou três vezes. Mesmo assim, a gente ainda fica com medo. Inclusive um funcionário nosso sofreu um acidente há uns quatro anos e veio a falecer.”

O entregador técnico Segarbi, que trabalha em uma concessionária de carros perto do trevo demonstra preocupação.

“A gente tem um trevo que acessa rodoviária, Polícia Militar, AME onde as pessoas fazem consultas. O trevo é muito ruim, a gente necessita muito de uma atenção especial.”

Riscos

Para Antônio Rizzo Junior, o risco é ainda maior para o motorista no final do dia.

"No entardecer, a visão do motorista fica prejudicada com o cair do sol tanto na subida, quando ele se aproxima do trevo e fica muito próximo, como para quem faz o cruzamento da rodovia, a principal entrada da cidade.”

No início de agosto, dois carros bateram de lado, deixando sete pessoas feridas. Em maio, uma mulher de 61 anos morreu em um acidente entre um carro e um micro-ônibus.

No primeiro semestre deste ano, quatro acidentes foram registrados em um trecho de dez quilômetros que não é duplicado. Em 2021, foram oito batidas.

Imprudência

O engenheiro Fernando Velazquez, especialista em tráfego, diz que a imprudência é o principal fator de acidentes no trevo.

“A imprudência dos motoristas é muito evidente, principalmente em trechos com travessias urbanas perto de rodovias como é o caso. Além dessa imprudência de não respeito à sinalização, tem outro fator preponderante que é a incompatibilidade de um trecho antigo incompatível com a tecnologia dos automóveis.”

Ainda segundo o engenheiro, enquanto um trevo não é erguido. soluções simples podem evitar tragédias.

“A gente tem que reforçar a sinalização já existente, colocar as linhas de redução de velocidade, a 30, 50 metros antes de chegar a esses cruzamentos, colocar uma placa de advertência com luz piscante. Isso é muito usado lá fora e tem uma eficiência muito grande. São medidas baratas e a curto prazo, quando se comparado ao número de acidentes, o ganho é muito grande.”

O que dizem os responsáveis

A Prefeitura de Taquaritinga disse que não tem autonomia para fazer mudanças no trevo e que já pediu melhorias para a Agência de Transporte do Estado (Artesp) e à concessionária. O Executivo também disse que pediu ao der para instalar sonorizadores e radares de velocidade.

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a responsabilidade pelo trecho é da Artesp. A agência disse que a rodovia vai ser duplicada entre os quilômetros 144 e 158, e que o leilão da concessão está marcado para setembro.

A concessionária Triângulo do Sol disse que a imprudência está entre as principais causas dos acidentes ocorridos no trevo e que sempre faz obras e sinalização nas rodovias para garantir a segurança dos motoristas.